As mídias sociais passaram a compor a rotina das pessoas, estando presentes com elas ao longo do dia. Uma importante de comunicação, as mídias sociais também se tornaram importantes ferramentas de negócios para as empresas em todos os setores. No agronegócio, o ritmo não tem sido diferente. O setor começou a se atendar melhor para o potencial da rede e de todas mídias sociais, compreendendo não só a sua dinâmica, como também se identificar com o seu público, que é extremamente amplo. Podendo ser os produtores, mas chegando até o consumidor final.
O mais importante é que uma nova geração logo estará no mercado de trabalho, formada por jovens nascidos já sob o manto da internet. As empresas de todos os setores precisam saber lidar com isto. “Sempre faço a seguinte pergunta: sua empresa está preparada para lidar com esses futuros profissionais? Muitas empresas não estão, e infelizmente, perderão oportunidades de negócios”, comenta Ricardo Martins, CEO e estrategista da startup Triwi, de marketing digital.
Martins é graduado em Marketing pela Escola Superior Cândido Mendes, do Rio de Janeiro, com Master em Marketing pela ESPM e tem uma trajetória de 20 anos de atuação em campanhas ligadas a empresas ocmo Totvs, XP Investimentos, CNA Idiomas e outras. Em 2018 fundou a Triwi com a analista de sistemas Tricia Martins. Confira a entrevista.
AI/SI – As empresas já compreendem o impacto das mídias digitais sobre a sua performance de mercado? De como mesmo sendo pequena/média ela pode crescer exponencialmente a partir do digital?
Ricardo Martins – Sim, notamos um aumento exponencial das empresas aderindo às redes sociais. Principalmente o setor de agronegócio, que tem se preocupado em entrar com tudo nos canais digitais. Empresas menores relacionadas ao setor de agro se atentaram para o quanto as redes sociais podem ser um canal de relacionamento e vendas. No entanto, é importante ter uma estratégia de marketing digital completa envolvendo outros canais de captação e relacionamento, como campanha de publicidade digital, um site de qualidade e adaptável a dispositivos móveis (celulares e tablets). É muito comum empresas que querem investir todos seus recursos e esforços em um canal só, como as redes sociais. Mas nem mesmo um site, que é o básico da atuação digital, elas possuem.
AI/SI – No caso do agronegócio, as empresas tem compreendido este novo contexto digital, aproveitando este marketing para ampliar sua comunicação com clientes e consumidores?
Ricardo Martins – Sim, o agronegócio está entrando com tudo no marketing digital. Até pouco tempo atrás as pessoas pensavam que o agronegócio não teria uma aderência ao digital, mas isso mudou. Lembro que pouco mais de um ano e meio atrás, em uma reunião com o diretor comercial de uma empresa de máquinas agrícolas, o diretor comentou que agro não funciona nas redes sociais e um site não era importante já que não ajudaria nas vendas. Ele decidiu então não fechar o projeto. Alguns meses depois um concorrente desta empresa entrou em contato com a Triwi buscando por soluções de marketing digital e desenvolvemos um novo projeto customizado às necessidades desta empresa. Os resultados foram excelentes: aumento considerável de seguidores no Instagram, aumento do engajamento no LinkedIn, oportunidades de negócios sendo gerados através do site e inclusive vendas. Um projeto completo voltado à lembrança de marca (branding) e vendas.
AI/SI – Quais vantagens ou desvantagens na substituição dos meios tradicionais (impresso, tv, outros) pelos meios digitais marketing?
Ricardo Martins – O marketing digital tem um poder muito maior de alcance do que os meios tradicionais, fora o custo reduzido quando comparado a anúncios em TV, por exemplo. Com uma verba muito pequena é possível ativar anúncios no Google e em redes sociais e ainda obter ótimos resultados. É possível ainda segmentar os anúncios para atingir pessoas em determinados cargos, áreas, tamanho de empresa entre outras segmentações. Além disso, é possível ainda medir os resultados de forma mais precisa e fazer ajustes.
AI/SI – Hoje, os vídeos são muito utilizados como marketing ou comunicação na internet. As pessoas conseguem assistir vídeos na internet por longos períodos? Há tempo padrão de vídeo hoje ou isto é muito variável?
Ricardo Martins – Conteúdo bom não tem limite de tempo. O foco das empresas deve estar em criar conteúdo de qualidade e que ajude seus clientes. Muitas empresas acabam criando os conteúdos que elas querem, mas esquecem de analisar o que os consumidores estão procurando de informações. Utilizando as ferramentas corretas é possível entender o que as pessoas mais pesquisam e então direcionar a criação de conteúdo para o caminho correto.
AI/SI – As novas gerações se comunicam e se informam basicamente pela internet hoje. Em relação a conteúdos impressos ou outros, muito mais densos às vezes, está comunicação digital poderia ser considerada mais superficial?
Ricardo Martins – A internet tem espaço para tudo, basta saber utilizar da forma correta. É possível usar o tempo vendo vídeos de humor no YouTube ou assistir alguma aula da faculdade de Havard, também no YouTube. Há muito conteúdo digital de qualidade disponível de forma gratuita ou com preços acessíveis, basta saber concentrar seus esforços para o caminho correto.
AI/SI – O agro pode se aproveitar das mídias digitais para se comunicar com esta nova geração, nascida já com a internet como rotina?
Ricardo Martins – Sim, jovens de 15 anos hoje em alguns poucos anos estarão no mercado de trabalho e liderando empresas. Sempre faço a seguinte pergunta: sua empresa está preparada para lidar com esses futuros profissionais? Muitas empresas não estão, e infelizmente, perderão oportunidades de negócios.