O mês de agosto ainda não terminou, mas já houve pelo menos três grandes operações de fusão e aquisição entre empresas do agronegócio no período. A maior delas ocorreu no dia 16, com a compra da produtora de massas Santa Amália pela Camil, líder em arroz e feijão, por R$ 410 milhões. Antes, Lavoro e Nutrien, anunciaram as aquisições das redes de distribuição de insumos agrícolas Agrozap, de Minas Gerais, e Bio Rural, de Mato Grosso do Sul, respectivamente.
As três operações somam-se às mais de 30 fusões e aquisições que ocorreram no setor até julho deste ano, segundo levantamento da consultoria Deloitte, feito com base em dados da Transactional Track Records (TTR). No total, foram 33 negócios concluídos, que movimentaram R$ 1,7 bilhão – o relatório considera apenas as transações cujos valores foram divulgados. Outros nove acordos ainda aguardavam aval dos órgãos de controle, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – mesma situação em que se encontram os negócios anunciados neste mês.
Os números ficaram bastante próximos dos registrados nos primeiros sete meses de 2020, quando 36 negócios movimentaram R$ 1,9 bilhão. Em todo o ano passado, foram 67 operações, que giraram R$ 4,3 bilhões.
A indústria de distribuição de insumos agrícolas é uma das mais aquecidas, com 11 transações concluídas ou por concluir em 2021; essas negociações envolveram 12% do total dos recursos movimentados nas operações. No segmento, foram 19 transações no ano passado.
“Há expectativa de que o número de operações de fusões e aquisições no agronegócio crescerá neste ano, com destaque para a distribuição de insumos agrícolas, como ocorreu em 2020”, disse Luís Otávio da Fonseca, sócio da Deloitte para o setor de agronegócios. Ele compara o quadro de consolidação do segmento de varejo de insumos ao que ocorreu com as redes de farmácia na última década.