As empresas ligadas à Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) investiram cerca de R$ 1 bilhão para manter o ritmo de crescimento em meio à pandemia, segundo o presidente da entidade, Ricardo Santin.
Em evento na manhã desta quarta-feira sobre o cenário para a cadeia de aves e suínos do país neste ano e no próximo, ele lembrou que a cadeia produtiva segue com margens apertadas, apesar do aumento no consumo interno e das exportações, devido à elevação dos custos. De janeiro de 2019 para cá, os preços do milho e do farelo de soja mais que dobraram, consolidando-se no que Santin acredita ser um novo patamar.
O dirigente trabalha com a perspectiva de pequena queda dos preços dos insumos. Nesse contexto, a ABPA considerou “importantíssima” a isenção de PIS/Cofins sobre as importações de milho. A medida beneficia principalmente pequenos e médios produtores, que não têm acesso ao mecanismo de drawback.
Santin sustentou que há oferta suficiente no mundo e que basta o dólar baixar um pouco para as compras ganharem corpo.
Cenário global favorável
Apesar da situação delicada, a ABPA vê um cenário global favorável às duas proteínas brasileiras. A Europa, maior exportadora de carne suína, deve vender 1,8% menos a outros países neste ano, enquanto o consumo de yellow feathers (aves de pelagem amarela) nos wet markets, na China, deve diminuir e abrir espaço para o frango industrial.
Além disso, em meio à pandemia, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu mais Estados do Brasil como áreas livres de aftosa sem vacinação, o que possibilita acesso a novos mercados com grande poder aquisitivo, que podem ajudar a equilibrar as contas da indústria. A ABPA informou que as documentações foram enviadas a países-chave como Japão e Coreia do Sul, e que há uma chance, ainda que pequena, de haver novidades até o fim do ano.