O mercado global halal, formado por produtos e serviços que seguem as leis islâmicas, movimenta mais de US$ 4,88 trilhões nos setores de alimentos, vestuário, cosméticos, medicamentos, entretenimento, turismo e serviços financeiros e deve crescer 18% nos próximos dois anos, alcançando receita da ordem de US$ 5,74 trilhões.
A afirmação foi feita hoje pelo presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, embaixador Osmar Chohfi, ao abrir o seminário Global Halal Brazil-Business Forum, realizado pela entidade, em parceria com a certificadora Fambras Halal.
Segundo ele, esse mercado é considerado um segmento produtivo e comercial em constante expansão em todo o mundo e compreende nada menos que 1,9 bilhão da população muçulmana presente nos 57 países da Organização para Cooperação Islâmica (OCI), além de outros países como França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.
“Esses números são a medida da importância e da força do mercado de consumo árabe-muçulmano, que vai continuar crescendo nas próximas décadas à força do crescimento demográfico da população e de investimentos na chamada economia halal”, prevê o embaixador Osmar Chohfi.
Já o presidente da FAMBRAS, Mohamed Zoghbi, observou que o Brasil possui uma indústria consolidada no segmento halal, especialmente no setor de proteína animal. No entanto, ele afirma que o potencial de crescimento, mesmo no setor de alimentos, tem espaço para expandir.
Para se ter uma ideia, os países islâmicos importam US$ 190,5 bilhões nos segmentos alimentos e bebidas e apenas US$ 14 bilhões correspondem a produtos de origem brasileira.
Outro ponto destacado pelo presidente da FAMBRAS é que a certificação halal é hoje reconhecida como um “selo mundial de qualidade” e começa a ser consumida por outros setores, como o público vegano.
Isto porque todo o processo produtivo (matéria-prima, abate, embalagem, logística etc.) são saudáveis e não trazem qualquer prejuízo ao consumidor.
Em sua fala, o presidente da APEX-Brasil, Augusto Pestana, disse que a agência governamental, que atua para promover as exportações e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira, lançou 20 programas com foco no mercado halal.
Pestana acredita no grande potencial de desenvolvimento desse segmento e que as empresas brasileiras podem ampliar de forma significativa as vendas para os países islâmicos.
Já o Secretário-Geral da União das Câmaras Árabes (EAU), Khaled Hanafy, destacou que os produtos e serviços halal têm sido reconhecidos e valorizados em todo o mundo.
De acordo com Hanafy, o significado do halal está muito associado ao movimento “consumo consciente” e já é visto como um certificado de qualidade. “Os princípios que regem o halal são baseados na ética. Tudo o que está na terra tem origem no halal”, assegura ele.