Os preços das licenças de emissão de carbono estão a atingir valores nunca antes vistos. No Reino Unido, cada tonelada de carbono emitida estava a custar na semana passada 75 libras (acima dos 88 euros). Enquanto isso, na União Europeia, os preços atingiram recordes de 81 euros na segunda-feira.
Um valor 2,5 vezes acima dos 32 euros por tonelada que se registavam no início deste ano, de acordo com o Financial Times. A Bloomberg diz que o preço do carbono aumentou 140% só em 2021.
Os valores justificam-se com a escassez de gás na Europa para produzir energia elétrica e para a indústria, o que levou muito produtores a retornar ao carvão (uma fonte fóssil mais barata e mais poluentes), o que só por si aumentou o custo das licenças de emissão de carbono. No Reino Unido, os novos máximos desencadearam já um mecanismo de mercado que pode levar o governo britânico a intervir para reduzir os preços.
Os preços consistentemente altos desde setembro acionaram o “mecanismo de contenção de custos” do Reino Unido pela primeira vez, o que obriga os legisladores a considerar se devem intervir no mercado. O governo disse que anunciará se tomará medidas até 14 de dezembro.
O mecanismo de intervenção do governo britânico é acionado se as licenças forem negociadas a mais do que o dobro do preço médio dos dois anos anteriores por três meses consecutivos.
A crise energética global e o foco renovado nas emissões após a Cimeira do Clima da ONU em Glasgow também acabaram por forçar um aumento no preço das licenças emitidas nos sistemas de comércio de emissões da UE e do Reino Unido.
De acordo com estes sistemas, os governos estabelecem um limite para o nível máximo de emissões e criam permissões. As empresas mais poluidoras são então obrigadas a comprar créditos que lhes concedem “livre passe” para emitir cada tonelada de carbono.