Por Humberto Luis Marques
O mundo agro vive um período de transformação em suas relações e formas de produzir no campo. As inovações digitais chegam com uma força cada vez maior a granjas e fazendas, impulsionadas principalmente pelas chamadas agtechs, startups voltadas a apresentar ideias disruptivas para o agronegócio. No último ano, o número de agtechs no país cresceu mais de 100%, segundo dados do relatório Radar AgTech Brasil, elaborado pela Embrapa em parceria com o fundo SPVentures e a consultoria Homo Ludens. O total chegou a 1.125 agtechs mapeadas, concentradas em sua maioria nas regiões Sudeste e Sul do país.
Este número deve ser ampliado neste ano, seguindo a tendência de digitalização dos processos produtivos no campo. Ocorre, que a pandemia causada pelo novo Coronavírus deve acelerar a implantação de inovações em propriedades rurais; todas praticamente voltadas as chamadas tecnologias digitais. As restrições de contato social e medidas sanitárias e de cuidados pessoais mais restritivos impôs uma nova realidade, na qual as agtechs podem ser fundamentais. “Houve uma transformação na forma destes produtores se relacionarem dentro dos seus sistemas produtivos e com os outros atores destas cadeias. No entanto, o grande salto deste processo de digitalização se dará realmente por meio de estruturas e de um pensamento do tipo “Market Place”, afirma Cleber Oliveira Soares, diretor de Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O “Market Place” citado por Soares seria uma plataforma única ou setorizada capaz de integrar produtos, processos, serviços e tecnologias inerentes às cadeias do agronegócio. Elas funcionariam como plataformas integradoras de ativos digitais. O diretor de Inovação do Mapa também aponta para um movimente crescente no país, o das foodtchs, coirmãs da agtechs, cujo foco está nos processos pós-porteira. “O Brasil tem diante de si uma oportunidade gigantesca de capturar valor em sua agricultura por meio das foodtechs, com foco na qualidade reconhecida do alimento produzido. Hoje, a nossa captura de valor se dá em cima de uma agricultura “commoditizada”. Ou seja, somos extremamente eficientes na produção de commodities. Claro, o país ganha com isto. No entanto, há uma oportunidade ímpar diante de nós: agregar valor aos nossos produtos agrícolas por meio das foodtechs”, ressalta Soares.
O crescente contexto das agtechs no agronegócio brasileiro também deve levar o setor a ter o seu primeiro “unicórnio”, assim chamada as startups que atingem faturamentos
Com tudo isto, o agronegócio brasileiro parece também estar bem próximo de ter o seu primeiro “unicórnio”, startups que valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. “Eu arrisco dizer que em breve se terá os primeiros ‘unicórnios’ do agro, derivados exclusivamente deste ambiente agtech”, aponta Soares. Confira clicando aqui