O principal partido da oposição de Taiwan, Kuomintang (KMT), iniciou no domingo uma pressão por um referendo para bloquear a flexibilização das restrições às importações de carne suína dos EUA, que se aprovadas podem ameaçar um acordo de livre comércio longamente discutido com Washington, o principal aliado de Taipei.
O presidente Tsai Ing-wen anunciou no mês passado que o governo permitiria a partir de 1º de janeiro a entrada de carne suína dos EUA contendo ractopamina, um aditivo que aumenta a magreza, e carne bovina dos EUA com mais de 30 meses.
Taiwan há muito busca um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, seu mais importante defensor no cenário internacional, mas Washington reclama das barreiras de acesso à carne suína e bovina dos EUA.
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O presidente do KMT, Johnny Chiang, eleito em março para ajudar a reverter a sorte do partido após uma derrota nas eleições presidenciais e parlamentares de janeiro, disse que o partido começará a coletar assinaturas para um referendo a ser realizado em agosto próximo.
“A partir do próximo fim de semana, em 12 de setembro, estaremos presentes em todos os lugares, obtendo assinaturas de condados e cidades, mostrando a vontade do povo por meio de ações concretas”, disse ele na conferência anual do partido em Taipei.
O KMT apresentou sua oposição às importações de carne suína por uma questão de segurança alimentar, pois Taiwan foi abalada por vários escândalos de segurança nos últimos anos, apontando que a ractopamina é proibida em grandes mercados como a União Europeia.
O Partido Progressista Democrático de Tsai já havia se oposto veementemente à ractopamina.
O governo defendeu a flexibilização das importações de carne suína, dizendo que eles estão alinhando Taiwan com as normas internacionais e que a decisão vai fortalecer os laços Taiwan-EUA.
Washington saudou a mudança.
Espera-se que Taiwan e os Estados Unidos iniciem neste mês conversações econômicas de alto nível no que pode ser um precursor de um amplo acordo de livre comércio.
