No estado que lidera a produção de grãos no país a falta de milho neste ano está prejudicando as produções de suínos. É que os preços mais atrativos do insumo têm levado os produtores a vender para outros estados ou mesmo para o mercado externo. De acordo com Itamar Canossa, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Mato Grosso (Acrismat), a solução está sendo pedir socorro ao governo federal e à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A estimativa da Acrismat é de que pelo menos 70% dos suinocultores no estado estão enfrentando problemas com a redução da oferta de milho. O problema só deve se reverter com a colheita da safrinha, daqui a três meses, afirma Canossa. “Hoje, ninguém está achando milho nas praças do Mato Grosso. Quem não estocou ou não se preveniu está com grandes dificuldades”, lamenta.
Mato Grosso atualmente é o quinto maior produtor brasileiro de suínos, segundo dados do Rabobank. Canossa calcula que o estado hoje comporta em torno de 400 granjas de suínos. Isso totaliza um montante de 160 mil matrizes. Caso esse cenário de falta de milho permaneça, a suinocultura se tornará inviável, na opinião do presidente da Acrismat.
A avaliação é de que o setor suinícola é interessante no Mato Grosso devido às elevadas produções de milho e soja. Com isso, os preços desses insumos são mais baixos do que nos demais estados. Se os produtores precisarem importar milho de outros estados – onde o insumo é mais caro – não vai compensar, diz Itamar Canossa.
“Temos o milho mais barato e o farelo de soja mais barato, mas o preço do suíno também é o mais barato. Se formos ver, a lucratividade é a mesma que nos demais estados”, ressalta. Nesta semana, a Bolsa de Suínos no Mato Grosso fechou a R$ 3,10 o quilo do suíno vivo. É o menor preço dentre os estados acompanhados pela Suinocultura Industrial.