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Surto

PSA continua a se espalhar e próxima parada pode ser no Japão

Com novos surtos no Vietnã, Japão e Coreia do Sul se veem cercados pela disseminação do vírus

PSA continua a se espalhar e próxima parada pode ser no Japão

O Ministério da Agricultura do Japão alertou os produtores para a possibilidade de que a Peste Suína Africana (PSA) desembarque no país. O temor aumentou após a doença se disseminar rapidamente por criações de suínos no Vietnã nos últimos dias. Com os novos surtos, Japão e Coreia do Sul se veem cercados pela disseminação do vírus, que atacou a Rússia em 2017 e, no ano passado e no atual, se espalhou também por China, Mongólia e Taiwan – neste país, o vírus foi detectado em carcaças.

De acordo com a emissora de rádio japonesa NHK, após o surto no Vietnã, o Ministério da Agricultura japonês começou a alertar os passageiros de companhias aéreas que eles não podem trazer produtos à base de carne sem permissão apropriada. O país ainda aumentou o número de oficiais na quarentena de animais e cães farejadores nos aeroportos, em um esforço para manter a doença mortal fora do Japão.

Também conforme a publicação, o doutor Makoto Yamanaka, especialista da Organização de Pesquisa Alimentar e Agricultura Nacional do Japão, disse que a ameaça da doença chegando ao Japão está aumentando. Ele aponta que medidas adicionais deveriam ser tomadas para melhorar a biosseguridade em fazendas de criação de porcos.

A Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) tem acompanhado e divulgado boletins sobre a situação da doença pelo mundo. Os países membros da entidade notificaram casos por meio de relatórios semestrais. Em 2018, houve focos da doença – seja em suínos criados nos chamados “fundo de quintal” ou granjas e até mesmo em porcos selvagens – em três países da Europa (Estônia, Itália e Lituânia), notificados seguindo este padrão. Na África, foram 16 países. O mapa acima, divulgado pela OIE, demonstra em tempo real as atualizações de casos de PSA em suínos.

Brasil deve estar alerta

Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, uma das preocupações do setor é de que a PSA se torne uma pandemia. Ou seja, que a doença seja disseminada a todos os continentes, uma vez que já chegou ao leste Europeu e países como a Bélgica. “Por este motivo é preciso redobrar os cuidados relacionados a biosseguridade, como vazio sanitário após retornar do exterior e importação de material genético [sêmen e reprodutores], respeitando os protocolos já existentes, que incluem atestado de origem e quarentena”, ressalta Lopes.

Os maiores cuidados que os países que estão fora das regiões endêmicas da PSA – formada pelos continentes africano, europeu e asiático – devem ter são com relação à entrada de alimentos potencialmente contamináveis pelo vírus. De acordo com Luizinho Caron, médico veterinário e pesquisador de Sanidade e Virologia da Embrapa Suínos e Aves, comidas cruas ou curadas que possam servidas aos suínos sem serem previamente cozidas são um risco.

Ele alerta ainda para insumos da produção importados, como farelo de soja, milho, farinha de carne e mesmo tripa, insumos para vacinas como o soro, etc. “Não existe risco zero em epidemiologia”, ressalta o pesquisador. Sempre existe algum tipo de risco, segundo ele, mesmo que seja muito baixo.