Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), no Estado de São Paulo, as incertezas econômicas desestimularam o avicultor, com oscilações abaixo na produção entre 2015 e 2018. Em a “Estimativa da Produção Animal no Estado de São Paulo para 2019”, nota-se que a recuperação do consumo de carne de frango já responde com uma produção de 1,57 milhão de toneladas e com um aumento de 17,41%4. Essa recuperação da produção no estado pode ser dada pelo crescimento da demanda de frango substituindo outros tipos carnes.
Em 2019, espera-se uma boa disponibilidade de milho e soja no mercado paulista, segundo a previsão de aumento na área de plantio e produção durante as safras; consequentemente, os preços médios das rações de frango para corte não apontam para um impacto que comprometa a receita líquida do avicultor.
Uma característica da produção de carne de frango do Estado de São Paulo é que ela é voltada ao abastecimento do mercado interno (ou seja, não pautado para a exportação). Dessa forma, essa produção é direcionada a circuitos de comercialização curtos que atendem demandas próximas às áreas de produção (a capital paulista, a região metropolitana e o interior do estado), onde se concentra a maior densidade demográfica do país e a maior renda per capita.
Segundo dados do IEA, o valor da produção de carne de frango no Estado de São Paulo em 2018 foi de R$3,7 bilhões, ocupando a quinta colocação no ranking no Valor da Produção Agropecuária Estadual6, atrás dos valores de cana-de-açúcar, carne bovina, laranja para indústria e soja, havendo um decréscimo de 4,6% em relação ao ano de 2017. A produção da carne de frango em 2018 foi de 1,34 milhão de toneladas, uma perda de 11,1% sobre 2017 (Tabela 1).
Segundo dados do MAPA (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro – AGROSTAT)7, em 2018 foram embarcadas pelo Estado de São Paulo 241,3 mil toneladas de carne de frango, 6% do total do país, com um decréscimo de 5,9% em relação ao ano anterior, que foi de 256,3 mil toneladas, ficando em quarto colocado no ranking, depois dos Estados do Paraná, do Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
A contribuição paulista na exportação, no período de 2018, foi da ordem de US$337 milhões no ano.
Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI)8, os preços internacionais dos insumos milho e farelo de soja não tendem a grandes alterações em 2019, se mantida a situação de alta nas cotações das commodities destes insumos. E reconfirmando que o atual status sanitário da avicultura brasileira, marcado pela ausência de foco de influenza aviária, diferencia o país no comércio internacional, podendo continuar a estimular as exportações.
As previsões sobre o quadro econômico e as incertezas que rondam o mercado internacional podem afetar as exportações brasileiras de carne de frango, em função da guerra comercial travada entre China e Estados Unidos, devendo o Brasil sair-se beneficiado destas indefinições. Este cenário, porém, não permite estabelecer uma trajetória definida para o mercado internacional: a crise de peste suína na China pode desencadear uma supressão à demanda de grãos para fazer frente à menor necessidade de suprimento em insumos e a consequentes mudanças de consumo de proteínas desse mercado.