Cerca de 15 mil avicultores de Santa Catarina temem prejuízos altos com o embargo da carne de frango de 20 frigoríficos do Brasil, anunciada semana passada pela União Europeia. Três deles ficam no Oeste do estado, são unidades da BRF em Concórdia, Capinzal e Chapecó.
Os pátios das empresas estão cheios de caminhões câmaras frias servindo de estoque para a produção. Estima-se que cerca de quatro mil toneladas deixem de sair para a Europa, nas três plantas.
Para tentar reverter o embargo, o Ministério da Agricultura anunciou que vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
“A OMC é uma organização que pode ajudar e que pode auxiliar neste contexto, segurando a questão da qualidade do produto brasileiro. E que ele pode chegar ao consumidor estrangeiro” diz a economista especialista em Agronegócio Unochapecó, Giana de Vargas Mores.
“Neste momento a gente intensificar novas relações comerciais são importantes para que a exportação possa continuar assumindo seus patamares e importantes para a realidade Catarinense”, complementa.
O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo e a União Europeia um dos principais compradores. A União Europeia alega deficiências no sistema de controle sanitário no Brasil, entre elas o índice da bactéria salmonela, que é considerado alto pelos compradores.
No campo
Mas enquanto isso as consequências disso tudo já são sentidas no campo. Nos últimos anos o avicultor Ricardo Dalla Costa investiu pesado na propriedade rural, em Cordilheira Alta, a 15 km de Chapecó. As estruturas com capacidade para 20 mil aves são de ultima geração e custaram R$ 2 milhões, que ele vai pagar em 10 anos. Tudo isso focando no mercado da exportação.
“Faz uns três anos que optei por trabalhar com isso e investi alto, atendendo aos pedidos da empresa que exige isso e até o mercado de fora né, que também exige isso aí, a gente investiu pra atender esse mercado”, diz o avicultor.