Após meses de discussão, os 28 países da União Europeia e o Parlamento Europeu chegaram a um acordo para reduzir emissões de dióxido de carbono (CO2) de novos veículos ao longo da próxima década. Pelo acordo, carros e furgões a serem lançados no mercado em 2030 deverão ter suas emissões de CO2 reduzidas em 37,5% com relação a 2021.
Os novos padrões representam mais um esforço para elevar a ambição da ação climática da União Europeia. Isso porque transporte é um dos grandes vetores de emissões de carbono no continente, sendo que automóveis e furgões representam quase 2/3 de todas as emissões do setor.
Este acordo, que ainda precisa ser formalmente confirmado, elevou a meta de redução proposta inicialmente pela Comissão Europeia ao Parlamento do bloco, que era de 30%, e definiu também uma meta intermediária de redução de 15% nas emissões até 2025. Além disso, o compromisso também pede à UE que estabeleça um sistema de monitoramento até 2030 para garantir que melhorias desenvolvidas em laboratório sejam aplicadas nas estradas europeias.
Segundo a organização Transport & Environment (T&E), para que essa redução de emissões seja atingida, as montadoras de automóveis deverão garantir que 30% dos carros a serem vendidos em 2030 sejam elétricos. Para Greg Archer, da T&E, a Europa muda de patamar na corrida global por veículos mais eficientes e menos emissores de carbono. “A nova lei significa que, ao final da próxima década, teremos ao menos 1/3 dos novos automóveis eletrificados ou movidos a hidrogênio”, diz Archer. “Os novos padrões para emissão de CO2 por automóveis são bons para os cidadãos, pois ajudam a reduzir os custos do combustível, criam mais de 200 mil novos empregos e reduzem nossa dependência de petróleo importado”.
Tanto organizações ambientalistas quanto grupos de consumidores europeus apoiaram o acordo, uma vez que ele impulsionará carros a preços acessíveis e com impactos reduzidos sobre o meio ambiente e a saúde pública. “Ainda temos um número pequeno de automóveis de baixa emissão, como os elétricos, disponível no mercado. Esta decisão da UE deve incentivar os fabricantes a apostar mais nesse tipo de veículo”, diz Monique Goyens, diretora-geral da European Consumer Organization (BEUC).
No entanto, as novas metas para veículos automotores não são suficientes para que as emissões totais do setor de transporte sejam reduzidas a ponto de permitir o cumprimento das metas gerais de redução de emissões da União Europeia até 2030 ou mesmo os compromissos do bloco junto ao Acordo de Paris. Isso significa que os governos europeus ainda precisam avançar em mais medidas efetivas para garantir a aplicação das novas regras e para definir novos compromissos que reduzam ainda mais as emissões do setor de transporte no continente.