A Rocky Mountain Power, uma unidade da Berkshire Hathaway de Warren Buffett, testará um novo combustível feito à base de biomassa que poderia reduzir a quantidade de carvão queimada pelas usinas de energia.
A empresa de energia dos EUA, que faz parte da Pacificorp, utilizará uma planta em Utah para testar um combustível de biomassa produzido pela Active Energy Group, disse Paul Murphy, porta-voz da RMP, por telefone. O combustível da Active Energy, chamado CoalSwitch, é processado a partir de resíduos florestais de baixa qualidade.
A Active Energy, que administra bosques e desenvolve produtos de energia limpa, busca fornecer seu combustível para empresas de energia dispostas a usar biomassa para reduzir as emissões de carbono. Em novembro, a empresa com sede em Londres obteve financiamento para sua primeira planta de escala industrial. Ela ficará no Canadá e transformará resíduos e madeira em CoalSwitch.
A Rocky Mountain está preparando um teste de 18 horas com uma mistura de 10 por cento de CoalSwitch e 90 por cento de carvão para verificar se o produto final é capaz de reduzir as emissões, disse Murphy. O teste está programado para o período entre o último trimestre de 2017 e o primeiro trimestre de 2018.
Apesar de ter testado a capacidade de trituração de uma certa quantidade de CoalSwitch em laboratório, a Rocky Mountain não realizou um teste de combustão, nem descobriu que o CoalSwitch tem desempenho melhor que o carvão no laboratório, segundo Murphy. Ele contestou um comunicado feito pela Active em 28 de novembro que diz que o CoalSwitch teve desempenho melhor que o combustível fóssil.
“Não foi realizado nenhum teste de caldeira para sustentar a afirmação de que a biomassa tem desempenho melhor que o carvão em todos os aspectos”, disse ele. “É possível que seja um produto incrível, mas ainda não sabemos.”
A Active Energy reconheceu as questões pendentes da Rocky Mountain em relação ao seu produto, em resposta por e-mail enviada por Philip Scalzo, diretor de tecnologia da AEG CoalSwitch.
A Active Energy projeta uma receita de mais de US$ 6,3 milhões por ano com a unidade do Canadá. A planta processará resíduos florestais de baixa qualidade, como serragem, lascas de madeira e cascas de árvore, em biomassa, segundo o comunicado.
Dezessete empresas de energia querem testar o CoalSwitch como um possível meio de manter abertas antigas usinas de energia que enfrentam uma pressão crescente dos órgãos reguladores para serem desativadas devido às suas elevadas emissões de carbono, disse o CEO Richard Spinks em entrevista.
A companhia busca alcançar o fechamento financeiro de uma segunda fábrica localizada na Letônia neste trimestre, o que exigirá US$ 40 milhões em investimentos. Uma terceira unidade planejada para a Malásia utilizará resíduos de baixa qualidade de produtoras de óleo de palma, disse Spinks.