Os casos de contaminações alimentares causados por Salmonella sp. é uma das principais preocupações mundiais quando o assunto é saúde pública, já que as ocorrências podem ser graves. Nesses casos, o sorovar Enteritidis é o que tem se mostrado mais prevalente. Um levantamento de notificações realizadas em 2015 nos Estados Unidos confirmou ser Salmonella o agente bacteriano mais isolado em infecções humanas relacionadas ao consumo de alimentos contaminados, tendo a estirpe Enteritidis como principal causa. De um total de 6.827 ocorrências, 1.358 eram de S. Enteritidis, seguida pelos sorovares Newport e Typhimurium.
As aves são o grande depositório dos chamados sorovares paratíficos, casos de S. Enteritidis e S. Typhimurium. Essas estirpes não causam sintomas clínicos nas aves, mas são comumente associadas a infecções em seres humanos principalmente via consumo de produtos avícolas contaminados. Na União Europeia, dados de 2014, indicaram que 44% dos casos de salmonelose humana associadas a alimentos estavam relacionadas ao consumo de ovos e derivados.
O setor avícola tem se preocupado e ampliado medidas de biosseguridade e de monitoria nas granjas visando garantir a inocuidade de seus produtos. Além de o objetivo de ampliar o consumo interno de ovos, o Brasil pretende ter maior participação no mercado externo. Em ambos os casos, garantir a segurança microbiológica é fundamental.
Para isso, é necessário aprofundar os conhecimentos relacionados aos mecanismos de ação da bactéria, como os utilizados por ela para colonizar o trato reprodutor das aves e para invadir os ovos. Estudos conduzidos pela Embrapa Suínos e Aves buscam compreender melhor esses meios de ação, visando o desenvolvimento de soluções a essa importante questão para o setor produtivo e para saúde pública. Os resultados principais dessas pesquisas estão publicados nessa edição. Um conteúdo imperdível.
Uma boa leitura!
Editor Humberto Luis Marques