A Hemmer Alimentos, fabricante de maioneses e diversos outros produtos alimentícios, anunciou uma política de não mais utilizar ovos originados de galinhas confinadas em gaiolas. Com o compromisso, a empresa se torna a quarta fabricante de maioneses a adotar uma política de bem-estar animal livre de gaiolas no Brasil – após a Unilever (Hellmann’s e Arisco), Cargill (Liza e Maria) e Bunge(Primor, Soya e Salada).
No compromisso, que será implementado até 2025, a empresa afirma que está engajando a campanha do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal em prol da utilização de somente ovos produzidos por galinhas 100% livres de gaiolas. “Estaremos trabalhando juntamente com nossos fornecedores para alcançarmos este objetivo até 2025”, disse em comunicado.
“A nova política da Hemmer é um convite para que mais fabricantes de alimentos se unam a esse movimento ético em prol dos animais”, disse a Dra. Patrycia Sato, médica-veterinária e coordenadora de bem-estar animal do Fórum Animal.
Outras grandes fabricantes de alimentos, como o Grupo Bimbo – dono das marcas Ana Maria e Pullman – e a fabricante de massas Barilla já anunciaram a política de eliminação de gaiolas. No setor de cafeterias, a Casa do Pão de Queijo e Starbucks, e redes de fast food, McDonald’s, Burger King, Subway, Habib’s, Viena, Frango Assado, Giraffa’s, Bob’s, Pizza Hut, KFC e Spoleto também adotaram políticas similares.
Pressão
Nesta quarta-feira (07/06), a Mercy For Animals, organização internacional de proteção animal com foco nos animais ditos de consumo, realizou uma manifestação diante do escritório central do Walmart no Brasil para pedir que a empresa pare de comprar ovos produzidos em operações que confinam galinhas em gaiolas. Em resposta, durante o protesto, os manifestantes da Mercy For Animals foram recebidos pela empresa, que, mesmo sem assinar nenhum acordo, disse que irá trabalhar para comunicar a origem de seus ovos aos clientes.
A política de ovos livres de gaiolas já foi implementada no Walmart em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e diversos países da União Europeia, mas não no Brasil. Os manifestantes pedem que a empresa acabe com seus padrões duplos, estendendo sua política de ovos cage-free para o Brasil.
Trazendo cartazes, acompanhados de imagens retratando galinhas “poedeiras” em gaiolas, membros da organização se reuniram em frente ao prédio do Grupo e entregaram as mais de 130.000 assinaturas de uma petição ao CEO do Walmart, Flávio Cotini, pedindo que o grupo se comprometa a abolir completamente a compra de ovos provenientes de galinhas confinadas em gaiolas.
O protesto é continuidade de meses de campanhas com foco no gigante dos supermercados, informando os consumidores sobre o sofrimento das galinhas “poedeiras”, que estão entre os animais explorados para consumo que mais sofrem no planeta. Calcula-se que, apenas no Brasil, cerca de 200 milhões de galinhas estejam hoje confinadas em gaiolas.