A empresa de previsão de safras Lanworth reduziu ligeiramente sua estimativa para a colheita de soja no Brasil na safra 2015/16, para 103,03 milhões de toneladas, ante 103,49 milhões de toneladas estimadas em janeiro.
A perda de produtividade detectada em lavouras em Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, segundo a empresa, foram parcialmente compensadas por melhores rendimentos em Goiás e Mato Grosso do Sul.
Técnicos da Lanworth percorreram regiões produtoras do Centro-Oeste e do Paraná nas últimas duas semanas para cruzar dados de campo com observações de satélite e meteorológicas.
“As observações confirmam as boas condições e a densidade excepcionalmente alta das lavouras de soja no sul de Goiás e no sul de Mato Grosso do Sul”, disse nesta quarta-feira, em relatório, a analista Anamaria Gaudencio Martins.
“Por outro lado, condições secas durante novembro e dezembro em Mato Grosso prejudicaram o desenvolvimento lá, com densidade de soja entre 6 e 12 por cento abaixo da temporada passada”, acrescentou.
As chuvas frequentes registradas em Mato Grosso nas últimas semanas ajudaram as plantas que ainda estavam na fase de enchimento de grãos, evitando maiores perdas, disse a analista. Mas as chuvas podem adiar a colheita onde as lavouras já estão perdendo folhas ou completamente maduras.
Apesar do ajuste, a projeção da Lanworth de mais de 103 milhões de toneladas continua sendo uma das mais otimistas do mercado, segundo pesquisa da Reuters em janeiro com 17 fontes. A previsão média do levantamento ficou em 100,5 milhões de toneladas.
Para o Rio Grande do Sul, a Lanworth reduziu a projeção de safra em 780 mil toneladas, para 15,31 milhões de toneladas, embora ainda superando o excelente resultado de 2014/15.
“O clima muito seco no último mês reduziu as produtividades em 5 por cento. Santa Catarina e o norte do Rio Grande do Sul receberam chuvas necessárias esta semana, e mais precipitações estão a caminho nos próximos 10 dias”, destacou a Lanworth.
Já no Paraná, a estimativa de safra foi reduzida em 480 mil toneladas, para 18,1 milhões de toneladas, mas também acima dos resultados da temporada passada.
“As densidades de soja observadas no Paraná foram variadas”, disse a analista, que participou da recente expedição pela região.
Enquanto as densidades medidas pela Lanworth ficaram 4 por cento acima da temporada passada no norte do Paraná, caíram 7 por cento no centro-oeste do Estado e recuaram 28 por cento no oeste.
“Dada a ausência de estresse hídrico nesta temporada, nós esperamos que o peso dos grãos mantenha as produtividades 1 por cento acima da registrada na temporada passada no Paraná”, afirmou.