Os impactos do alto preço do milho e da soja e a falta de segurança no campo foram citados como os dois principais fatores para justificar a crise na suinocultura e avicultura mineira. Produtores e entidades civis pediram incentivos por parte do governo estadual em reunião conjunta das Comissões de Desenvolvimento Econômico e de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (14/06).
O presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), Antônio Ferraz de Oliveira, citou perda média de R$ 100 a R$ 120 por animal comercializado devido ao aumento do custo do suinocultor.
“A suinocultura é uma das atividades mais importantes do Estado. Enquanto o preço da carne de porco não foi impactado pela inflação acumulada, o milho aumentou 60% de janeiro a maio desse ano, em relação ao mesmo período do ano passado”. Ele julgou imprescindível a ajuda do governo para a compra dos grãos.
O presidente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Antônio Carlos Vasconcelos Costa, chamou as cotações do milho e da soja de “estratosféricas e irreais” e disse ter certeza de que a oferta de carnes e ovos será impactada.
“O capital de giro das empresas e produtores já não existe mais. O governo deveria criar uma ferramenta de controle das vendas futuras, para termos uma noção de como estará o mercado. O desequilíbrio produtivo prejudicará a todos, inclusive, futuramente, os vendedores de grãos. É preciso incentivar o plantio do milho, aumentar a produção para atender a demanda a preços mais razoáveis”, afirmou Antônio Carlos.
O superintendente técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Altino Rodrigues Neto, reforçou que a entidade está trabalhando desde o primeiro trimestre para tomar medidas a favor dos produtores rurais, semelhantes às tomadas no Sul do País. “Eles diminuíram o ICMS na entrada do milho na região e reduziram a base de cálculo do ICMS de saída de suínos vivos para outros estados. Em março, a Faemg protocolou junto ao governo pedido de equiparação desses incentivos. Queremos evitar um desequilíbrio”.
A gerente técnica da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), Bárbara Barroso Vieira, falou do drama vivido por alguns avicultores. “É grande o impasse enfrentado pelos produtores, já que o acesso ao crédito para pagar as contas e regularizar a situação está bastante dificultado. As granjas estão enfrentando muitas dificuldades para fechar cada mês”.