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As cooperativas e o desenvolvimento de SC - por Luiz Vicente Suzin

Acredito que, no futuro, a sociedade brasileira adotará o cooperativismo como modelo de organização econômica e social como fizeram alguns países mais avançados

As cooperativas e o desenvolvimento de SC - por Luiz Vicente Suzin

Personalidades

Santa Catarina é exemplo nacional de desenvolvimento. Alguns fatores explicam esse sucesso e um deles é a opção pelo cooperativismo. Por isso, a comemoração do Dia Internacional do Cooperativismo (também chamado de DIA C), celebrado no primeiro sábado de julho, tem um significado especial, pois, o cooperativismo catarinense é referência nacional e nosso Estado é a unidade da Federação brasileira com maior taxa de adesão ao cooperativismo: mais de 260 cooperativas de todos os setores da atividade econômica reúnem 1 milhão e 900 mil famílias associadas e respondem por 11% do PIB catarinense.

As cooperativas são organizações humanas inspiradas em princípios da conjugação de esforços com objetivos econômicos. Os sete princípios cooperativos, linhas orientadoras através das quais as cooperativas levam os seus valores à prática, expressam com altissonância sua natureza: adesão voluntária e livre, gestão democrática, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação/formação/informação, intercooperação e interesse pela comunidade.

Como se constata soberbamente em Santa Catarina, o cooperativismo deixou de ser apenas uma doutrina bonita, apurada e reconhecida mundialmente para transformar-se em um grande e eficaz instrumento de transformação da sociedade humana não só através da atividade profissional e empresarial, mas, também, da cooperação e da cidadania.

Centenas de afamadas e reconhecidas marcas que estão no mercado nacional e internacional, aprovadas e valorizadas por milhões de consumidores, pertencem a empresas de natureza cooperativista que operam em algum de seus 13 ramos, como o agropecuário, saúde, crédito, consumo, infraestrutura, transporte, trabalho, produção, habitacional, mineral, especial, educacional e turismo.

Outro dado revelador da ação cooperativista é a prioridade à educação: no ano passado, em formação profissional de dirigentes, cooperados e colaboradores, programas educacionais, treinamentos, monitoramento das cooperativas e outras ações, as cooperativas investiram mais de 15 milhões de reais e capacitaram mais de 120 mil catarinenses.

Acredito que, no futuro, a sociedade brasileira adotará o cooperativismo como modelo de organização econômica e social como fizeram alguns países mais avançados. Estudos da Organização das Cooperativas Brasileiras comprovam que, nas regiões onde atuam, as cooperativas elevam o índice de desenvolvimento humano (IDH) em face das preocupações com a qualidade de vida dos colaboradores, cooperados e familiares, com o meio ambiente, com a redução da emissão de poluentes, com educação, saúde e lazer, dentre outras.

O mundo vive a maior fase de mudanças e transformações da história da Humanidade. Os avanços tecnológicos e as mudanças de paradigma ocorrem em tal velocidade que colocam em cheque ou em choque, todo dia, pessoas e organizações. Nenhum cérebro, nenhum talento será maior que a soma de todos os cérebros e talentos. Por isso, trabalhar em rede e compartilhar são os novos significados do verbo cooperar. Neste contexto, a cooperativa é a organização humana com a melhor cultura e a maior inclinação para processar, absorver e aprimorar em benefício social as mudanças em curso e as transformações prováveis ou improváveis, previstas ou projetadas. Em Santa Catarina, cooperativismo significa trabalho, bem-estar, renda e futuro.

Luiz Vicente Suzin é Presidente da OCESC (Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina)