Controle de temperatura e de umidade relativa do ar do ambiente. Esses são os fatores essenciais para evitar a mortalidade de primeira semana de vida dos pintinhos, segundo o especialista em incubatório do Suporte Técnico Mundial Cobb-Vantress, Eduardo Costa. O assunto foi destaque em palestra realizada na manhã de quarta-feira (17/08), durante o 11º Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição.
Costa apresentou estudos e resultados de pesquisas realizadas pela Cobb em todo o mundo para demonstrar fatores que impactam na mortalidade das aves nos primeiros sete dias de vida. “Com esses dados, conseguimos mostrar parâmetros que podem ser colocados em prática em granjas e incubatórios dos participantes do Simpósio. O objetivo é melhorar o manejo no incubatório para garantir que as aves expressem todo seu potencial genético”, explica o especialista.
De acordo com o executivo, fatores ambientais, como umidade relativa do ar e temperatura do ambiente, estão envolvidos diretamente com o sucesso da incubação do ovo. “Para que o manejo não prejudique as aves, é preciso, antes de tudo, preservar a casca do ovo para que ela troque gases e calor com o ambiente, gerando um pinto saudável. O controle da umidade relativa do ar é importante para formação da câmara de ar, para a ave eclodir de forma natural”, afirma Costa.
Cenários com alta perda de umidade geram maior mortalidade na fase final de incubação, além de pintinhos pequenos e desidratados. Em contrapartida, a baixa perda de umidade propicia, entre outros problemas, lesões nos jarretes e queima de energia desnecessária, causando estresse e fadiga.
As aves também podem contrair bactérias que prejudicam o seu desenvolvimento, como onfalite e E. Coli. Segundo o especialista da Cobb, o excesso de umidade e a pouca ventilação do ambiente podem contribuir para o surgimento dessas bactérias. “Os proprietários de matrizes e incubatórios devem estar atentos à higiene, ventilação, transporte, entre outros itens, para garantir a qualidade dos pintinhos. Observamos que, quando a exigência cardíaca aumenta por falta de ventilação, altas temperaturas ou problemas sanitários, as aves podem desenvolver hidropericárdio, ou seja, acúmulo de água em volta do coração, servindo como meio de cultura para bactérias como a E.Coli. Isso amplia significatimente a mortalidade durante a primeira semana de vida do lote”, alerta.
Outro ponto abordado por Costa é a variação de calor, tanto do ambiente, quanto do ovo/embrião. De acordo com ele, o monitoramento da temperatura de casca é importante para detectar microclimas dentro das incubadoras. Todas as vezes que a temperatura do embrião aumenta, acelera o seu metabolismo e, consequentemente, gera produção de calor, criando um círculo vicioso difícil de se reverter. O ideal é que o pintinho apresente temperatura de cloaca entre 40º C e 40,6ºC. “A temperatura dos pintinhos pode elevar-se rapidamente e, uma vez que eles estejam sobreaquecidos, reduzir essa temperatura é muito difícil. Assim como com a temperatura de casca, precisamos estar à frente do problema e evitar o sobreaquecimento”, comenta Costa.
Embriões sobreaquecidos apresentam debilidade e fadiga, desidratação, são menores em tamanho e não desenvolvem completamente o coração e o sistema digestivo. “Sempre dizemos que as primeiras 24 horas do pintinho são essenciais para sua sobrevivência. Enquanto ele não estiver em conforto térmico, ele não consome alimento, o que irá afetar diretamente na sua capacidade de produção de carne. É o que chamamos de conversão alimentar”, pontuou o especialista.
Eduardo Costa finalizou sua apresentação com orientações diretas aos participantes. “Avaliem! Avaliem o pintinho na granja, vejam seu comportamento, consumo de alimento, peso de sete dias e perfil da mortalidade. Quanto mais informações obtidas, melhor será o aperfeiçoamento do manejo e a redução da mortalidade na primeira semana de vida da ave”, conclui.