Os avicultores viveram um ano de dificuldades puxado pelo forte impacto dos preços do milho sobre os custos de produção. O dólar alto impulsionou as vendas externas do cereal, que elevou consideravelmente o seu valor no mercado interno. Os preços se mantiveram em patamares ascendentes até pouco mais da metade de 2016, com pequenas oscilações para baixo. A expectativa positiva em relação à safrinha foi frustrada pela estiagem. Na região Centro-Oeste as quebras atingiram índices superiores a 40%. Lembrando que atualmente os Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul respondem por mais de 70% da chamada segunda safra. Isso fez com que o milho se mantivesse em patamares bem acima dos valores históricos até o momento.
O cenário econômico também não foi favorável. O País ainda atravessa uma crise, com aumento na taxa de desemprego, baixo crescimento econômico e perda do poder de compra dos consumidores, além de crédito restrito. Com isso, o setor avícola não encontrou espaço para repassar a alta dos custos para os preços dos produtos nas gôndolas dos supermercados, tendo de absorver boa parte dela. O contexto nada favorável resultou ao longo do ano em um natural ajuste da oferta a demanda. Mesmo assim, o Brasil deve fechar com uma produção de mais de 13 milhões de toneladas, dentro dos patamares de 2015.
Nas exportações, os embarques tendem a fechar em parâmetros superiores ao do ano passado, quando o País exportou 4,3 milhões de toneladas. No período jan-out de 2016 as vendas externas de carne de frango já somavam 3,693 milhões de toneladas, volume 5% maior do que o acumulado nos dez primeiros meses do ano anterior.
A boa notícia é que o primeiro semestre de 2017 deverá ser de retomada. Embora ainda marcado por insumos não tão baratos, a economia do País tende a apresentar sinais mais significativos de melhora, acompanhado de boas colheitas na primeira e segunda safras, reduzindo a pressão dos custos. Com o cenário econômico mais definido, também devem voltar os investimentos; e a avicultura voltar a respirar mais aliviada.
Uma boa leitura!