A indústria brasileira de aves deve ser favorecida em 2015 pelos custos de produção mais baixos, os preços atuais das proteínas concorrentes e pela alta do dólar, de acordo com relatório trimestral do Rabobank. Apesar de otimista, a instituição financeira ressalta que a expansão do segmento corre o risco de ser limitado pela atual crise hídrica e energética no País, bem como pela seca enfrentada em regiões produtoras.
Para o Rabobank, as perspectivas de “crescimento econômico fraco” em 2015 também devem trazer impactos negativos ao mercado. Por enquanto, os analistas ponderam que os preços atuais da carne bovina favorecem o consumo da carne de frango. Em meados de fevereiro, essa demanda ajudou a elevar os preços do frango, que retornaram a níveis observados em 2014, após queda anual de 7% em janeiro. Nos primeiros meses do ano, o banco nota que as exportações caíram.
“A turbulência no mercado internacional pode ser parcialmente explicada pela queda global nos preços do petróleo, o que reduziu o poder de compra de países exportadores de petróleo”, afirmam os analistas no relatório. Ainda assim, o Rabobank espera crescimento das vendas externas, impulsionado pelo real depreciado e pela Ásia, com a possibilidade de a China abrir seu mercado para mais oito plantas industriais brasileiras.
Mundo
As perspectivas para o mercado global de carne de frango permanecem animadoras, com a expectativa de preços menos competitivos em proteínas concorrentes, custos menores com a alimentação dos animais e uma demanda relativamente forte em todas as regiões, com exceção da China. O mercado chinês ainda sofre com a casos recentes da gripe aviária e a demanda sob pressão.
No entanto, o Rabobank espera que esse cenário se altere no terceiro trimestre de 2015, quando a menor oferta de carne de porco deve elevar os preços dessa opção, favorecendo o frango. Para os três primeiros meses de 2015, a instituição financeira espera que o volume de exportações recue 3% no comparativo anual, após queda de 2% no último trimestre de 2014.
“Alguma recuperação ocorrerá no segundo trimestre, mas o nível exato depende de o quão rapidamente os importadores irão baixar restrições”, afirmam os analistas Nan-Dik Mulder, Chenjun Pan e Will Sawyer.