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Agroindústrias

JBS vê sinergias de no mínimo US$ 75 milhões com compra de negócio de suínos da Cargill

Com a aquisição, a capacidade de produção de suínos da JBS nos EUA passará de 51,3 mil para 89,3 mil animais por dia.

JBS vê sinergias de no mínimo US$ 75 milhões com compra de negócio de suínos da Cargill

A JBS SA, maior processadora de carne do mundo, espera um ganho de no mínimo US$ 75 milhões em sinergias para os negócios de suínos adquiridos da Cargill nos Estados Unidos, disseram executivos da companhia em teleconferências com analistas na quinta-feira (2).

A empresa anunciou na quarta-feira que celebrou contrato, por meio da controlada indireta Swift Pork Company, com a Cargill Meat Solutions Corporation para a compra, por US$ 1,45 bilhão, dos ativos da Cargill Pork relacionados à criação, compra e abate de suínos e ao processamento e venda de carne suína.

O presidente do grupo JBS, Wesley Batista, disse que os negócios de suínos da JBS nos EUA com os adquiridos da Cargill são uma “combinação perfeita”, e que a empresa tinha interesse nestes ativos desde 2007, quando adquiriu a Swift.

“Estávamos à procura de expandir nossos negócios de carne suína nos EUA há muito tempo”, disse o presidente do grupo JBS, Wesley Batista, durante teleconferência. “Essa oportunidade, na nossa análise, na nossa visão, é mais atrativa que qualquer outra oportunidade”, acrescentou ao mencionar as oportunidades de expansão avaliadas e sinergias.

Os EUA são os maiores exportadores de carne suína do mundo, com 32% de participação de mercado, e onde os custos de produção de suínos também são mais competitivos em relação aos concorrentes, segundo a empresa.

Com a aquisição, a capacidade de produção de suínos da JBS nos EUA passará de 51,3 mil para 89,3 mil animais por dia. A unidade de suínos adquirida da Cargill produz 5 milhões de libras em produtos preparados e 2 milhões de libras de bacon por semana.

A JBS estima que a receita líquida anual da JBS USA Carne Suína passará a US$ 6,3 bilhões com a aquisição, ante US$ 3,8 bilhões registrados em 2014. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) estimado para a empresa, após o negócio, é de US$ 565 milhões, sem considerar as sinergias, ante US$ 406 milhões em 2014.

Segundo Batista, a aquisição ainda colabora para o aumento de produtos processados no negócio da empresa. “Nós, claramente, queremos ver aumento da parcela de processados, não só em suínos, como na JBS como um todo”, disse.

O grupo JBS adquiriu, como parte do acordo, duas fábricas de processamento de carne em Ottumwa (Iowa) e Beardstown (Illinois); cinco fábricas de ração em Missouri, Arkansas, Iowa e Texas; e quatro granjas de suínos em Arkansas, Oklahoma e Texas.

A estimativa da empresa é que o negócio possa ser fechado em 4 a 7 meses, sem dificuldades nas aprovações dos órgãos concorrenciais, já que não há sobreposição de atividades, na avaliação do presidente da JBS USA, André Nogueira.

A JBS conseguiu um benefício fiscal de US$ 250 milhões na aquisição dos ativos da Cargill.

O grupo calcula que seu endividamento medido por dívida líquida/Ebitda continuará em patamares razoáveis para gerenciamento, com aumento de 0,2, para 2,74 vezes.

Batista disse que a empresa tem caixa para pagar as aquisições feitas atualmente, mas irá avaliar operações de financiamento. “Vemos a nossa alavancagem fechando 2015 até mais baixa do que estava antes das aquisições”, disse Batista.

Antes da aquisição da Moy Park, o índice de endividamento da empresa era de 2,3 vezes.

No início da semana passada, a JBS anunciou a compra da irlandesa produtora e processadora de carne de frango Moy Park, por US$ 1,5 bilhão, num movimento de expansão no mercado europeu. Na ocasião, agências de classificação de risco avaliaram que a operação não afetaria o perfil de crédito da JBS.

Novas aquisições

Batista lembrou que, no início do ano, disse que a JBS estaria focada em crescimento orgânico em 2015. Segundo ele, essa estratégia não mudou, mas as oportunidades de aquisição dos negócios de suínos da Cargill, além da irlandesa Moy Park, eram estratégicas.

“Continuamos focados no nosso crescimento orgânico, na melhora dos nossos indicadores, de performance, alavancagem e retorno do capital investido”, disse ele. “A gente não escolhe o momento do jeito que a gente quer, mas quando as oportunidades surgem”, acrescentou.

Ele afirmou que a JBS vai conseguir entregar resultados, com a aquisição da Moy Park e dos negócios de suínos da Cargill, acima das estimativas de sinergias colocadas inicialmente, as quais ele considera conservadoras.

Batista disse que ainda vê oportunidades para aquisições nos EUA, principalmente no segmento de aves.

Questionado sobre a possibilidade de futuras aquisições por meio da Pilgrim’s, o executivo disse que a companhia irá avaliar se a operação tiver impacto estratégico para o grupo.

Nogueira acrescentou que a Pilgrim’s acabou de assumir a operação da Tyson México, e está agora focada em colocar esse negócio dentro dos padrões da JBS.