Importadores iranianos arremataram mais de 200 mil toneladas de milho e soja da América do Sul nas últimas semanas, as primeiras grandes compras de grãos em meses para reforçar os estoques domésticos, disseram operadores do mercado nesta terça-feira.
As compras foram realizadas após Teerã ter assinado recentemente um acordo nuclear com potências globais, abrindo caminho para a ampliação de comércio envolvendo o Irã, o que tende a beneficiar países como o Brasil, importante fornecedor de milho à república islâmica.
Na semana passada, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, disse em entrevista à Reuters que o acordo nuclear abre oportunidades para produtos como milho e açúcar do Brasil.
Fontes do mercado de grãos afirmaram que os iranianos já compraram cerca de 180 mil toneladas de milho do Brasil e 29 mil toneladas de soja da Argentina para embarque em julho e agosto.
“O Irã tem uma grande necessidade de grãos para ração, apesar de uma boa colheita este ano,” disse um comerciante. “As exportações reduzidas de farelo de soja da Índia para o Irã também estão mantendo as importações de soja elevadas.”
No final do ano passado, o Irã entrou em uma grande onda de compras, abocanhando mais de meio milhão de toneladas de trigo dos mercados mundiais. As compras se estenderam até o início deste ano, mas estagnaram nos últimos meses. É provável que o país permaneça quieto novamente, já que analistas dizem que ainda se passarão meses até que o embargo ao Irã seja extinto.
O Irã nunca foi impedido de comprar alimentos pelas sanções ocidentais ao seu programa nuclear, mas os Estados Unidos e a União Europeia tornaram as trocas mais difíceis, estabelecendo entraves a pagamentos e transporte marítimo.