Apesar de resultado laboratorial sobre a praga Helicoverpa armigera ter dado negativo nas culturas de milheto e melancia na região de Guaraí, o governo do estado não descarta um decreto de emergência fitossanitária, já que pesquisas confirmaram a presença da lagarta, em locais pontuais no Tocantins.
“Nós não descartamos a hipótese de decreto de emergência fitossanitária em função dessa Helicoverpa armigera e em função daquilo que ela já causou em áreas produtivas do país”, diz o coordenador de Educação, Sanidade e Defesa Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins, Luis Henrique Michelin.
Com o decreto de emergência, os produtores poderiam adquirir produtos estrangeiros, que são mais eficazes, mas que não têm registro no Brasil. O decreto ainda não foi assinado porque falta uma comprovação oficial do Ministério da Agricultura da presença da praga e em relação ao descontrole da lagarta no estado.
Resultados – Nas três amostras, coletadas em outubro de 2013, foram encaminhadas 25 lagartas para a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – Instituto Biológico. O resultado para a Helicoverpa armigera foi negativa, mas para a Helicoverpa zea, foi positivo. Outras cinco amostras retiradas das plantações de soja da região centro-norte do Tocantins, ainda vão ser encaminhadas para análise.
Michelin diz que o produtor não deve se tranquilizar pelo fato de não ter encontrado a praga nas plantações de milheto e melancia, principalmente em função da proximidade que o estado tem de estados que já decretaram emergência fitossanitária. “Nós sabemos por parte da pesquisa que essa lagarta tem uma capacidade migratória e uma possibilidade de deslocamento de até mil quilômetros, então, nós estamos ainda em estado de alerta e os produtores devem estar conscientes disso.”
O coordenador diz ainda que o produtor deve continuar com “os procedimentos de manejo, dentro do manejo integrado de pragas, evitando a presença e controlando o portfólio de lagartas do jeito que está controlando.”
Pragas – A Helicoverpa zea também é conhecida como lagarta da espiga, lagarta da espiga do milho e lagarta da maça do algodoeiro, sua ocorrência foi registrada em várias regiões do Brasil e nas Américas Sul, Central e Norte. A Helicoperva armigera foi identificada, recentemente, e tem surpreendido produtores e pesquisadores pelo seu poder de destruição, causando prejuízos principalmente às lavouras de milho, soja e algodão.