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Apagão

Governo diz que risco de faltar energia no país é 'baixíssimo'

Comitê do setor elétrico analisou situação de reservatórios.Nível das represas está baixo devido à falta de chuvas.

Governo diz que risco de faltar energia no país é 'baixíssimo'

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), formado por representantes do governo na área de energia, divulgou nota nesta quinta-feira (13) em que afirma que o fornecimento de energia no país em 2014 está garantido, a não ser que a situação dos reservatórios piore nos próximos meses, probabilidade considerada “baixíssima”.

A avaliação ocorre em um momento em que os reservatórios de algumas das principais hidrelétricas nacionais estão com baixo nível devido à falta de chuvas.

O nível dos reservatórios das hidrelétricas instaladas no Sudeste e Centro-Oeste já é o mais baixo para esta época do ano desde 2001, quando o governo federal decretou racionamento de energia elétrica. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), essas represas tinham, em média, 37,6% de água armazenada no domingo (9).

Por conta disso, está havendo o uso mais intenso de energia termelétrica no país desde o final de 2012. O problema é que gerar energia por meio de usinas termelétricas é mais caro, e essa conta é repassada aos consumidores.

De acordo com a nota, as análises meteorológicas feitas indicam que o armazenamento de água nos reservatórios ao final do período de chuvas, ou seja, no fim de abril, será suficiente para garantir o atendimento da demanda por energia no Brasil ao longo deste ano.

Mas pode haver dificuldades

Entretanto, o documento aponta que pode haver dificuldade no suprimento de energia elétrica caso “ocorra uma série de vazões pior do que as já registradas”, ou seja, se o volume de água que entrar nos reservatórios nos próximos meses ficar abaixo do verificado desde o início de 2014.

Segundo o próprio CMSE, as represas de hidrelétricas das regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste receberam, em janeiro, apenas 54% da quantidade média de água dos anos anteriores. Em fevereiro, até o momento, esse índice é de 42%. As hidrelétricas dessas regiões são responsáveis por mais de 70% da capacidade de geração de energia do país.

“Portanto, a não ser que ocorra uma série de vazões pior do que as já registradas, evento de baixíssima probabilidade, não são visualizadas dificuldades no suprimento de energia no país em 2014”, diz a nota do CMSE.

O comitê afirma que “o sistema elétrico brasileiro está atravessando uma situação conjuntural desfavorável em termos climáticos”, ou seja, devido à falta de chuvas desde o início de ano, “mas dispõe das condições de equilíbrio estrutura necessárias para o abastecimento do país”.

Apesar de considerar baixa a chance de faltar energia, essa é a primeira vez que o governo admite que existe dificuldade no fornecimento por causa da situação dos reservatórios das hidrelétricas. No dia 3 de fevereiro, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, havia afirmado que o risco de desabastecimento era “zero”.

Rede de transmissão

A nota do CMSE diz ainda que o sistema de transmissão de energia do país “opera dentro de padrões de segurança”, apesar dos seguidos recordes no consumo de energia registrados desde o início do ano, provocados pelo aumento do calor principalmente nas regiões Sudeste e Sul. “Ou seja: não se opera com sobrecarga nos equipamentos”, diz a nota.

No dia 4 de fevereiro, um apagão atingiu 13 estados do país e o Distrito Federal. Às 14h, 3 minutos antes da falha, a região Sul do país registrou pico no consumo de energia. De acordo com o ONS, esse fato não tem relação com o apagão, provocado por um curto-circuito na rede de transmissão entre Colinas (TO) e a região de Serra da Mesa (GO).

De acordo com o CMSE, o uso mais intenso das termelétricas nos últimos meses tem contribuído para aumentar a segurança das linhas de transmissão. Essas usinas ficam mais próximas dos centros consumidores e, ao serem ligadas, reduzem o volume de energia das hidrelétricas transportado pela rede de cabos.

A nota diz ainda que a capacidade atual de geração de energia no país, somada aos novos empreendimentos que devem entrar em operação nos próximos meses, faz com que o sistema elétrico apresente equilíbrio estrutural, inclusive com sobras de energia.