O movimento de fuga de investidores dos mercados emergentes no ano passado foi exagerado e, por isso, está havendo agora uma correção. O retorno dos fluxos para fundos dedicados a esses mercados começou a ganhar força neste mês.
Até o dia 9, segundo a consultoria EPFR, houve ingresso líquido nas carteiras desses países de US$ 8,196 bilhões. O volume é pequeno se comparado ao que saiu – US$ 231,693 bilhões – desde 22 de maio de 2013, quando Ben Bernanke, então presidente do Federal Reserve (Fed), mencionou pela primeira vez a intenção de retirar os estímulos monetários, mas indica uma reversão dos fluxos.
A aposta de 2013 era que o Fed aceleraria a retirada dos estímulos diante da recuperação da economia dos Estados Unidos. Os mercados, na prática, anteciparam esse movimento, provocando uma forte valorização do dólar, mas recentemente o Fed deixou claro que há dúvidas quanto ao crescimento dos EUA e sinalizou que manterá o juro baixo por um bom tempo. “Durante 2013, a retirada dos recursos investidos dos mercados emergentes foi forte e os investidores estão sub-alocados”, informa Cleber Trindade, chefe de trading para emergentes do Standard Bank, em Londres.
Com o terceiro maior juro nominal e a maior taxa real do mundo, o Brasil, por exemplo, favorece as operações de “carry trade”, em que o aplicador toma recursos baratos lá fora e aplica em ativos por aqui, principalmente títulos públicos.
A mudança de humor reabriu a temporada de captação de recursos por parte dos fundos de private equity, que compram participações em empresas. As principais gestoras que atuam no país, entre elas, Pátria, Advent e Gávea, estão no mercado levantando cerca de US$ 10 bilhões.