A redução dos subsídios aos combustíveis fósseis pode resultar em uma redução nas emissões de gases-estufa, aponta relatório do IPCC, o braço científico das Nações Unidas, apresentado está manhã em Berlim. O estudo, porém, não apresente uma estimativa. Os esforços terão que ser em mitigação e adaptação e orientados por princípios de equidade e justiça.
“As mudanças exigidas para resolver este problema comum são enormes. Mas se o relatório mostra o desafio, também indica degraus, e dá esperança”, disse o alemão Ottmar Edenhofer, um dos três presidentes do grupo de cientistas responsáveis por elaborar o relatório do IPCC “Uma esperança modesta”, completou.
Endehofer afirmou que se o atual cenário de crescimento das emissões continuar, o aquecimento da temperatura da Terra superará os 2°C até o fim do século, limite tido como mais seguro para evitar desastres naturais ainda mais fortes do que se veem hoje. O relatório mostra que para evitar isso as emissões de gases-estufa têm que ser reduzidas de 40% a 70% em 2050 em relação aos níveis de 2010 e chegar em níveis perto de zero no fim do século.
“Temos tecnologias acessíveis como energias renováveis, nuclear, CCS [sistemas de estocagem de carbono], eficiência energética. Mas precisamos de cooperação internacional e de taxas de carbono.”
O “Sumário para os Formuladores de Políticas” também fala sobre a precificação do carbono. “O preço do carbono é um resultado, não é uma suposição”, disse Edenhofer, lembrando que já há diferentes preços de carbono ao redor do mundo.
“Estamos dizendo que para atingir as metas há um imenso desafio e um imenso desafio tecnológico. A mudança do clima não é ‘free lunch’”, afirmou Edenhofer.