Três dos cinco conselheiros da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) entregaram ontem seus cargos em protesto pelos rumos tomados pela entidade. Em conversas com interlocutores, eles se disseram insatisfeitos com a nova função da CCEE, mais subordinada ao governo do que ao setor privado e, supostamente, menos independente.
A renúncia ocorreu após a aprovação de um empréstimo de R$ 11,2 bilhões, a ser concedido por um grupo de bancos, para fechar as contas das distribuidoras e evitar aumentos explosivos das tarifas neste ano. Apesar disso, o protesto não diz respeito à operação financeira. Foi um ato “político” dos três conselheiros.
A área econômica do governo foi surpreendida com a renúncia, mas o Valor apurou que não haverá atraso na liberação dos recursos para as distribuidoras e que o empréstimo será assinado até o fim desta semana. “O financiamento vai sair de qualquer jeito. Estamos muito confortáveis com a estrutura da operação, assim como os bancos e a Aneel” garantiu uma autoridade do governo.