Idealizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos em parceria com o Ministério da Agricultura e o Ministério de Relações Exteriores do Brasil, o Pork Summit Brasil/China realizado na manhã desta quinta-feira, 15, em Xangai, teve como principal objetivo promover o debate entre instituições, empresas e profissionais para estimular o intercâmbio comercial nos segmentos econômicos da cadeia produtiva da carne suína nos dois países.
A delegação brasileira e mais de 30 participantes chineses, vindo das principais províncias produtoras de suínos na China como Sichuan, Henan, Hunan, Shandong, Yunan, Hubei, Guangxi, Guangdong, Hebei, and Jiangsu, conheceram as oportunidades de transações comerciais entre o Brasil e a China no âmbito da produção e da indústria, além do enorme mercado para carne suína e derivados em ambos os países.
O Pork Summit contou ainda com a palestra da Cônsul-Geral em Xangai, Ana Cândida Perez, que abordou as oportunidades de comércio na China, que figura como o maior produtor e consumidor mundial de carne suína. “Na China o custo de produção é alto (60% maior do que EUA), o país conta com limites físicos como terra, água e ração o que ampliam as oportunidades importação de produtos e commodities, aliado a esses fatores, o país vive atualmente uma expansão da classe média, cerca de 40% da população até 2020 deve estar nesse patamar de consumo e a urbanização é crescente com quase 300 milhões de habitantes em processo de migração do campo para as cidades”, comentou Perez.
As oportunidades de intercâmbio comercial Brasil-China foram apresentadas no encontro pela adida agrícola da embaixada do Brasil em Pequim, Andrea Bertolini, que destacou que o mercado de carne suína é um das grandes prioridades do agronegócio brasileiro na China. “É importante destacar que hoje a China escolhe o que compra, de quem compra e em quais condições compra. Isso faz que com seja preciso uma estratégia e organização para acessar esse mercado e ser competitivo com outros países e outras ofertas”, comentou. A China produz cerca de 50% da produção mundial, e concentra sua produção em pequenos e médios produtores, cerca de 70% a 80% da produção. Em 2012, importou 1 milhão de toneladas de países que possuem protocolo assinado com a China para exportar carne suína, como EUA, Canada, Chile, França, Dinamarca, Irlanda, Itália, Espanha, Alemanha, Holanda, Polônia, Reino Unido, Bélgica e México. O Brasil assinou protocolo em Dezembro de 2008.
O gerente geral de suínos da Shanghai Songlin Industrial Trade Company, Foo Jing Lee, apresentou o formato da produção de suínos na China e o case da empresa Songlin, que possui atualmente cerca de 6 mil matrizes que produzem mais de 120 mil animais ano. A empresa hoje ampliou sua atuação, deixando de ser apenas produtora, e passou a processar e comercializar alimentos. “A Shanglai Songlin conta com avançados processos de produção, alimentação e gestão científica, além de um rigoroso sistema de controle da doença”, comentou Lee. Já o vice-diretor da Comissão de Agricultura de Xangai, Li Jian Ying, abordou sobre o perfil da suinocultura na China e as oportunidades e barreiras para negócios.
O Pork Summit faz parte da missão internacional realizada pela ABCS, que permanecerá em solo chinês até 24 de maio, até lá a delegação Brasileira marcará presença na CAHE (China Animal Husbandry Expo), feira com foco na exposição de equipamentos e novas tecnologias, além de palestras com discussões sobre a saúde animal e insumos, que a acontece na cidade de Qingdao, região norte do país. Conhecerá frigoríficos e granjas em algumas das principais regiões produtoras da China, como a Shanglai Songlin e a Weifang Legang Food uma das maiores empresas de processamento de pato e carne suína neste momento na China.