A vida dos produtores de alimentos e das indústrias processadoras fica cada vez mais difícil na hora de vender. Os que estão do outro lado, os grandes grupos compradores, estão se concentrando cada vez mais.
Em 2000, os cinco principais varejistas da Alemanha detinham 66% do mercado de varejo de alimentos. No ano passado, esse percentual atingiu 76%. Na França, a evolução foi de 70% para 73%, enquanto nos Estados Unidos subiu de 43% para 49%. Na média, os cinco maiores varejistas do mundo detêm 73% do comércio, acima dos 63% de 2000.
A concentração não ocorre apenas lá fora. Os cinco maiores varejistas do Brasil detinham 41% do mercado em 2000, mas agora já estão com 53%. Já Israel tem a maior concentração, com os cinco principais varejistas detendo 100% do mercado.
Os números fazem parte de estudo sobre concentração de varejo nos principias países desenvolvidos feito pela Markestrat, com dados da Tetra Pak e da Euromonitor.
O faturamento dos cinco maiores varejistas do mundo ultrapassa a economia de vários países. Em 2013, atingiu US$ 983 bilhões. Já o volume financeiro que passa pelos quatro grandes blocos varejista de compra –e que atuam em 86 países– atinge US$ 677 bilhões por ano.
Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), afirma que os compradores estão cada vez mais fortes, o que dificulta em muito as negociações dos processadores.
Ele cita o exemplo do suco, que tem Alemanha, Rússia e França como mercados importantes. A concentração já atinge 72% nesses mercados.