O Grupo Diplomata, de Cascavel, no oeste do Paraná, teve a falência decretada nesta segunda-feira (1º), pela 1ª Vara Cívil da cidade. Na sentença, o juiz Pedro Ivo Lins de Moreira diz que se baseou em indícios de fraudes processuais, confusão patrimonial e descumprimento do plano de recuperação judicial. A sentença inclui diversas empresas que não estão em recuperação judicial, mas integram a estrutura do grupo que pertence ao deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB).
A empresa pediu recuperação judicial em agosto de 2012 e, em 2013, passou a ter problemas como falta de ração para os frangos, salários atrasados e dívidas de cerca de R$ 600 milhões. Contudo, a Justiça recebeu denúncias de credores de que os bens da Diplomata estavam sendo repassados para outras empresas. Após verificar as denúncias, o juiz entendeu que era necessário realizar o processo de falência devido à má administração do grupo. “Diante das fraudes provadas, dos desvios operados e como a empresa não estava apresentando bons resultados, ou seja, os prejuízos estavam aumentando, a opção encontrada foi a declaração da quebra”, disse Moreira.
O juiz afirmou que, apesar do decreto de falência, as atividades continuarão normais nas empresas e nenhum funcionário será demitido. “Nós não queremos criar uma crise econômica regional. Foi verificado que a atividade desempenhada pelo grupo é rentável, o que trazia prejuízos era a má administração, era a gestão temerária que até então estava sendo praticada”, explica o juiz.
Uma comissão foi nomeada – formada por um administrador, um perito e um assessor jurídico – para supervisionar as atividades da atual administração e evitar o endividamento do grupo. “Por enquanto as empresas falidas irão continuar administrando porque o poder judiciário ainda não tem as informações necessárias para fazer a transição da administração. Os atuais administradores vão continuar na direção do grupo somente para não causar prejuízos a terceiros, como trabalhadores e fornecedores”, afirma Moreira.
Para a manutenção dos direitos dos credores, assim que for feita a transição da administração do grupo Diplomata, o juiz irá designar um leilão dos bens das empresas. O dinheiro arrecadado no leilão será usado para pagar os credores.