O Brasil foi um dos poucos da região que não seguiu a tendência geral de redução dos preços no ano de 2012. A inflação de alimentos no Brasil atingiu níveis de 9,9% em 2012, quase três pontos percentuais acima do valor registrado no ano anterior, quando a inflação dos alimentos chegou a 7,2%, comunicou hoje o Escritório Regional da FAO em seu Informe Mensal de Preços dos Alimentos.
Contudo, o informe diz que os preços em geral da economia brasileira tiveram um aumento menor em 2012, em comparação com o que foi observado em 2011. Assim, o IPC geral no Brasil mostrou uma variação de 5,8%, em 2012, representando 0,7 pontos percentuais abaixo do que viveu o país no ano anterior.
Vale destacar que no Brasil, os preços dos alimentos fecharam o ano de 2012 com níveis muito acima do resto dos produtos de consumo no país. De fato, a inflação de alimentos do Brasil foi 70% mais alta que a inflação geral, no encerramento do ano.
Outros países também tiveram uma inflação dos alimentos no ano de 2012 maior que em 2011: Argentina, Honduras, México e Uruguai.
Inflação anual da região caiu – Segundo o informe, a inflação anual da região caiu para 8,9% em dezembro de 2012, depois de ter alcançado seu nível mais alto dos últimos três anos em outubro: 10% e, assim, dissipando dúvidas sobre uma tendência de alta dos preços dos alimentos, disse a FAO.
A inflação anual da região dos alimentos caiu a 8,9%, em grande medida, logo depois que os problemas causados pela seca nos Estados Unidos acabaram sendo menos severos do que inicialmente se pensava, traz o informe.
Esta queda rompe a tendência de aumento dos preços dos alimentos observada durante o último trimestre de 2012.
O Informe da FAO destaca dois fenômenos na região: primeiro, a inflação dos alimentos na maioria dos países da região é maior a suas respectivas taxas de inflação geral, algo consistente com a maior volatilidade que caracteriza o mercado de alimentos.
Em segundo lugar, na maioria dos países as taxas de inflação geral e de alimentos foram menores no final de 2012, comparando com os níveis observados em 2011. Exceto no Brasil, Argentina, Honduras, México e Uruguai.
América Central e México – A inflação anual dos alimentos para a maioria dos países desta subregião foi significantemente menor em 2012 com respeito a seus valores de 2011. Em países como Costa Rica e El Salvador, por exemplo, os níveis de inflação dos alimentos foram menores a um terço do registrado ao encerrar 2011.
Em Nicarágua e Panamá os níveis de inflação geral e de alimentos diminuíram em relação ao ano de 2011. No entanto, as mudanças não foram tão acentuado como nos casos mencionados anteriormente.
Em Honduras e México as trajetórias de inflação mostraram mudanças similares. Enquanto a inflação anual geral de ambos países se manteve em níveis muito parecidos com os de 2011, a inflação anual dos alimentos aumentou. Em Honduras, a inflação dos alimentos fechou 2012 o dobro de seu nível registrado no ano anterior, enquanto que no México a inflação passou a quase 6% em 2011 a 7,5% em 2012.
América do Sul – Na grande maioria dos países sul-americanos observaram-se sinais de desaceleração em termos gerais de preços e nível médio dos preços dos alimentos. Nesse sentido, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Venezuela fecharam o ano com taxas de inflação menores que as registradas durante 2011.
Em contraste, Argentina, Brasil e Uruguai foram a exceção para a redução da inflação anual dos preços dos alimentos: nos três países, esta taxa se incrementou mais de dois pontos percentuais, se comparado com o registrado para 2011.
Caribe – Em Aruba, registrou-se uma inflação de quase 4% no âmbito regional de preços durante 2012. No caso da República Dominicana, as diminuições superaram mais de três pontos percentuais tanto na inflação anual geral como na inflação anual dos alimentos. Enquanto Haiti, as mudanças em ambas as taxas foram pequenas, registraram-se leves quedas com respeito ao observado em 2011.