O executivo da Ceres Sementes do Brasil, Antonio Kaupert, apresentou na 5ª Conferência de Novas Tecnologias em Biomassa, na quarta-feira (20), as vantagens do sorgo sacarino para produção de etanol. O evento, realizado na capital paulista, focou em matérias-primas inovadoras para intercalar com a cana-de-açúcar.
A Ceres introduziu no Brasil há pouco mais de dois anos as sementes híbridas de sorgo sacarino marca BLADE®. Essa planta originária da África e conhecida no País desde os anos de 1970 desponta agora como matriz energética alternativa à cana-de-açúcar, e permite às empresas do setor produzir etanol e energia de biomassa na entressafra canavieira.
“O cultivo do sorgo sacarino possibilita a uma usina estender sua produção de etanol ou a cogeração por até 60 dias no ano-safra”, confirma Kaupert. Segundo ele, a cana, o sorgo sacarino e o ‘sorgo energia’ apresentam várias semelhanças, sendo a mais relevante o elevado potencial agroenergético advindo das propriedades da biomassa das culturas.
No entanto, observa Kaupert, o maior atrativo às usinas para aderir aos híbridos é o fato de o maquinário empregado na colheita e na industrialização da cana-de-açúcar adequar-se perfeitamente ao processamento do sorgo sacarino, sem alterações.
“Para produzir etanol ou energia de biomassa através do sorgo sacarino, as usinas não precisam investir em equipamentos, pois a capacidade está instalada. A logística que envolve a colheita na lavoura até o processamento também é a mesma para ambas as matérias-primas”, enfatiza Kaupert.
O gerente assinala ainda que após dois anos de operações efetivas no Brasil, a Ceres conta com um amplo banco de germoplasma de sorgo sacarino adaptado às lavouras brasileiras. Outros itens devem se somar ao portfólio BLADE® nos próximos meses, tendo em vista a entressafra da cana-de-açúcar que começará no mês de novembro próximo.
“A Ceres acredita fortemente na expansão dos ‘sorgoviais’ nas usinas brasileiras de agora às próximas safras. Os híbridos de sorgo sacarino e sorgo energia são hoje reconhecidos como a matriz energética alternativa mais eficiente e com a melhor relação custo-benefício no fomento à produção de etanol e energia”, conclui Kaupert.
Parcerias de peso – Parte do esforço da Ceres para consolidar o sorgo sacarino no Brasil está ancorado em acordos firmados com a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – e a suíça Syngenta, companhia líder mundial do setor de proteção de cultivos e biotecnologia.
Com a Embrapa, a Ceres desenvolverá práticas de manejo agrícola e industrial da nova variedade de sorgo sacarino BRS 511. De acordo com a Ceres, trata-se de uma semente precoce com alto potencial produtivo de colmos e teores elevados de açúcares fermentáveis no caldo. A empresa obteve licenciamento exclusivo para produzir e comercializar as sementes da variedade BRS 511, que passará a integrar o portifólio BLADE®, formado por híbridos de ciclo precoce e pleno.
Já a Syngenta será parceira numa estratégia que visa a desenvolver o sorgo sacarino como fonte de açúcares fermentáveis nas usinas de etanol no Brasil.