O presidente da Brasil Foods (BRF), José Antonio Fay, afirmou que a empresa não tem uma programação definida para fazer novas captações. A empresa fez, na semana passada, duas captações que somaram US$ 750 milhões para rolagem de dívida.
De acordo com o executivo, a empresa tem uma presença “relativamente constante” no mercado de dívida. Ainda assim, não há prazo nem estimativa de valor para uma próxima captação, disse Fay.
Ontem a BRF anunciou o resgate de títulos com vencimento em 2017 e 2020. A companhia informou que a oferta de troca inclui o estoque de bônus com vencimento emitidos pela Sadia Overseas Ltd., com garantia da BRF, a um cupom de 6,875% ao ano, e de bônus com vencimento em 2020 emitidos pela BFF International Limited, também com garantia da BRF, a um cupom de 7,25% ao ano, até o limite de US$ 150 milhões em notas com vencimento em 2023, emitidos na semana passada a um cupom de 3,95%.
“Uma empresa como a BRF, que é investment grade, tem uma presença no mercado de dívida relativamente constante”, disse Fay, acrescentando que a operação teve como objetivo alongar o perfil da dívida e afirmando que a companhia tem um caixa sólido. “Pode ser que volte”, ressaltou ao ser questionado sobre novas captações, para em seguida dizer que não há uma programação para tanto.
Fay também afirmou não ver conflito de interesse na presença de Abílio Diniz na presidência do conselho de administração da BRF, nem na consultoria prestada por Cláudio Galeazzi, integrante do conselho do Grupo Pão de Açúcar (GPA), à BRF.
O presidente da BRF também disse que a inflação tende a entrar num período de maior controle a partir do segundo trimestre. De acordo com ele, a empresa não tem programação para reajuste de preços até junho.
“Nossa perspectiva é de redução de custos, mas isso depende ainda do que os Estados Unidos vão colher [na safra que está sendo plantada]. As nossas projeções são que o custo do grão baixe”, disse.
De acordo com ele, no primeiro trimestre deste ano a empresa repassou em média 2% a 3% de aumento de custos para os produtos. Em 2012, segundo ele, os custos da companhia subiram 19%.