De olho nos bons preços da soja, bem mais atrativos que o do milho, César Kempf plantou 600 hectares da cultura na propriedade que fica em Sinop, norte de Mato Grosso. No ano passado foram 250 hectares.
Paulo Lauxen plantou esse ano 1450 hectares de milho safrinha, mas não usou todo o solo para o plantio do grão, preferiu destinar 650 hectares para investir na soja safrinha. EsTe é o terceiro ano consecutivo que agricultor aposta na soja pós-soja. “O milho nós temos a previsão de vender entre R$ 6 e R$ 8 a saca e a soja safrinha eu tive oferta de R$ 49 a saca, então a diferença é muito grande”, diz.
Mas segundo especialistas é preciso cautela, pois as vantagens podem ser somente comerciais, já que o plantio seguido de soja traz sérios problemas para a saúde da lavoura. “A começar pela multiplicação dos nematóides, pela redução da matéria orgânica, tanto na superfície do solo quanto na parte mais profunda, e o problema também do aumento das pragas e doenças”, explica Edison Ramos Junior, agrônomo da Embrapa.
A colheita da soja deve acabar até 15 de junho, quando começa o vazio sanitário no estado.
Daniel Latorraca, economista do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, o Imea, fala sobre a comercialização do milho e os problemas que a lentidão na venda podem causar e que motivaram a opção pela soja.