Os produtores russos de alimentos orgânicos decidiram se unir para formar um lobby para defender os seus interesses junto às agências do governo, envolvidas na agricultura ecológica, bem como assistência na venda.
A União de Agricultura Orgânica, que reúne as maiores fazendas da Rússia, terá 20 membros na primeira fase e, até o final do ano, seu número aumentará para 50.
Citado pelo jornal “Kommersant”, o diretor executivo da União, Iakov Liubovedskij, disse que a tarefa prioritária da organização será o estabelecimento de uma base legal para o mercado. “Dos produtos existentes atualmente nas prateleiras com marca ‘bio’, ‘eco’ e ‘orgânico’, uma fatia é mera invenção de campanhas de marketing”, afirma Liubovedskij.
O desenvolvimento da produção de orgânicos, estimado em US$ 148 milhões no final de 2012, interessa principalmente empresas estrangeiras e fazendeiros. O crescimento do mercado em comparação com o ano anterior foi de 7,8%.
Os especialistas preveem também que, de 2010 até 2015, o mercado de produtos orgânicos na Rússia aumentará em 30%.
Pela avaliação de União de Agricultura Orgânica, o número de produtores de alimentos ecológicos na Rússia é maior do que o calculado, pois o Euromonitor considera apenas os volumes de vendas dos produtores certificados. O volume de produção das maiores fazendas agrícolas em funcionamento não supera 10 mil toneladas de produtos acabados por ano, e sua receita anual é de US$ 1 a 3 milhões.
“Hoje, a agricultura orgânica é uma tendência mundial praticada em 160 países de todo o mundo. Desses, 84 países possuem suas leis próprias sobre a agricultura orgânica, ao contrário da Rússia”, disse o chefe do Conselho público da União de Agricultura Orgânica, Ivan Starikov.
Andrêi Lisenkov, representante da empresa Abcert, que fornece serviços de certificação pelos padrões europeus, disse que até o momento a maioria dos interessados no desenvolvimento da agricultura ecológica na Rússia são estrangeiros que pretendem fornecer produtos para a Europa.
O proprietário da Econiva, Stefan Dürr, alega que a inexistência de regulamentação retarda o desenvolvimento das exportações da empresa para os países da UE. “No momento estamos convidando as empresas de certificação da União Europeia, mas isso é muito caro e os fornecimentos acabam sendo não rentáveis”, explica o empresário.
“A demanda por produtos orgânicos, tanto na Rússia como no exterior, ultrapassa a oferta. Mesmo durante a crise, a procura de alimentos convencionais pela Alemanha e Suécia caiu em 3% e a procura de produtos biológicos cresceu”, acrescenta o diretor de vendas da Chistaia Iedá, Borio Almo Walter.