Produzir hidrogênio, dessalinizar água do mar e dobrar a vida útil das baterias de lítio são todos objetivos muito nobres e longamente perseguidos.
Mas será possível conseguir tudo isso com um único material?
Darren Sun, da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, garante que sim.
E não se trata de teoria – Sun já apresentou a primeira versão do seu “nanomaterial maravilhoso”.
O material é chamado de dióxido de titânio multiuso.
Ele é formado convertendo cristais de dióxido de titânio em nanofibras, que podem então ser facilmente transformadas em membranas flexíveis que incluem uma combinação de carbono, cobre, zinco ou estanho, dependendo da aplicação específica que se deseja.
De fato, membranas de filtragem são essenciais em inúmeros processos industriais, incluindo as baterias, células a combustível, produção de hidrogênio, dessalinização da água do mar, entre outras.
Outra vantagem do dióxido de titânio é que ele é hidrofílico e fotocalisador, podendo ativar reações sob ação da luz solar.
Segundo o Dr. Sun, com membranas fabricadas com a composição adequada, é possível:
– produzir hidrogênio e água limpa ao mesmo tempo, sob ação da luz solar;
– produzir água pura a partir de águas servidas;
– dessalinizar água do mar;
– gerar eletricidade por meio de células solares flexíveis;
– dobrar a vida útil das baterias de lítio (usando o material como anodo);
produzir curativos antibacterianos.
Em seus testes, o pesquisador usou 0,5 grama de seu nanomaterial para obter 1,53 mililitro de hidrogênio em uma hora – três vezes mais do que quando se usa platina como catalisador.
Usando águas servidas, a produção de hidrogênio alcançou 200 mililitros por hora.
Atualmente, ele afirma estar colaborando com colegas que estão estudando o uso do dióxido de titânio em baterias de lítio – os testes, que dobraram a capacidade das baterias, foram feitos em baterias do tipo botão.
Segundo Sun, o próximo objetivo é encontrar parceiros industriais que queiram usar seu material maravilha.