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Meio Ambiente

Basf vai plantar 7 mil árvores para compensar desfile de carnaval

Multinacional patrocinou Escola de Samba e vai neutralizar emissões de gases do efeito estufa com plantio de espécies da Mata Atlântica.

A multinacional Basf anunciou na sexta-feira (16/8), no Rio de Janeiro (RJ), que vai plantar sete mil espécies de árvores nativas da Mata Atlântica em uma fazenda localizada em Bebedouro (SP), para compensar todas as emissões de gases do efeito estufa (GEE) geradas durante os ensaios e o desfile da Escola de Samba Vila Isabel. A companhia foi a patrocinadora da escola no último carnaval e levou para a avenida o tema agricultura. A Vila Isabel também foi a vencedora do grupo especial.

De acordo com Roberto Araújo, diretor presidente da Fundação Espaço Eco, e responsável pelo estudo que calculou as emissões de GEE, para realizar o carnaval, a Vila Isabel emitiu 1,054 milhão de toneladas de Dióxido de Carbono equivalente. Isso, segundo Araújo, é a mesma quantidade de gases que um caminhão de 14 toneladas emitiria ao dar 20 voltas completas ao redor do planeta Terra ou 930 viagens de ida e volta entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Para compensar as emissões, a companhia vai plantar sete mil árvores de 80 espécies diferentes de árvores na Área de Preservação Permanente (APP) da Fazenda Santa Irene. Araújo explicou que, para esta quantidade de árvores, serão necessários 4,2 hectares de terras. “O plantio destas espécies começará em outubro, mês que entramos no período de chuvas, e durante pelo menos dois anos, estas árvores serão monitoradas”, diz.

Para chegar ao número final, Araújo calculou emissões de todos os processos do desfile: confecção de fantasias, carros alegóricos e atividades nos barracões, incluindo mão de obra, além do transporte das alegorias, dos integrantes da escola e de convidados. As emissões de gases geradas nos ensaios também foram levadas em conta.

Futuro – O estudo realizado pela Fundação Espaço Eco e a Basf, segundo Araújo, também propõe mudanças para os próximos desfiles da escola a fim de reduzir as emissões dos futuros desfiles. “Inclui a mudança no uso de combustível fóssil por um biocombustível nos geradores de energia da quadra da escola e dos carros alegóricos, o que já reduziria 9% de emissões”, explica. “Também sugerimos substituir os materiais utilizados para a confecção de adereços e alegorias. Isso proporcionaria uma redução de 19% de gases”.

Segundo ele, isso ocorreria porque o maior fornecedor de matéria-prima para essas atividades é a China, que usa recursos como carvão e gás. “Os produtos brasileiros usam produtos de origem hídrica como biomassa e etanol, que são fontes renováveis e mais limpas”.

O presidente da Vila Isabel, Wilson Alves, diz que vai aceitar a aplicar as sugestões para os próximos desfiles da escola.