Os descontos praticados por causa de impurezas na soja não tem sido feitos de forma correta, afirmam representantes do setor. Para eles, falta clareza no sistema, o que prejudica os produtores. O assunto será discutido nesta segunda-feira (2/9) em um workshop promovido pela Aprosoja-MT e a Universidade Federal de Viçosa (MG), em Brasília.
Estão previstas palestras e rodadas de debate, com participação de especialistas do Brasil e do exterior. De acordo com a Associação, o objetivo é buscar uma melhoria no sistema, inclusive comparando com o que é feito em outros importantes produtores do grão, como Estados Unidos e Argentina.
O presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, explica que os limites de tolerância na soja são de 1% para impurezas, 14% para umidade e 8% para avarias. Para ele, os índices estão claros, mas a forma de desconto não. “A maioria das empresas desconta a umidade sobre a impureza, o que é errado. Chegamos ao cúmulo de, em alguns casos, a carga dar negativa, o caminhão levar 300 sacos para a trading ou cerealista e o desconto ser de 310”.
Para Silveira, sojicultores pequenos ou que estão em locais onde há menos receptoras são mais prejudicados. “Em safras onde temos colheita chuvosa, o problema se agrava”. Ele afirma que o assunto vem sendo discutido há pelo menos seis anos entre produtores, governo e indústria, sem solução. A Aprosoja propõe a criação de um comitê de arbitragem a partir de um padrão de tabela e metodologia dos descontos.
“Em países como a Argentina e EUA, estas normas são claras”, diz o presidente da Aprosoja Brasil. “Tem um comitê arbitral, a padronização segue preços divulgados e o produtor paga e recebe um recibo. Aqui recebemos apenas um romanceio com o desconto que varia de acordo com a empresa e dentro da mesma empresa”.