A Europa pode autorizar em breve o cultivo no bloco de um segundo tipo de milho geneticamente modificado, se a Comissão Europeia e os Estados membros não conseguirem entrar em acordo para proibir a prática.
O grupo Pionner, filial do gigante americano da agroindústria DuPont, pede desde 2001 uma autorização para cultivar em solo europeu o milho transgênico TC1507, resistente a vários tipos de herbicidas, que tem como princípio ativo o glufosinato de amônio. Ecologistas alertam para os riscos tóxicos desse tipo de milho que é cultivado em nove países do continente americano e no Japão. Desde 2006, o TC1507 é importado na Europa para a alimentação humana e animal.
Uma condenação da Corte de Justiça da União Europeia por “atraso injustificável” no final de setembro deste ano obriga a comissão a tirar da gaveta o caso 12 anos depois. O pedido deve ser submetido ao voto dos ministros do Meio Ambiente da UE, que devem se reunir novamente no dia 13 de dezembro. Caso não haja acordo entre os Estados, a Comissão Europeia deverá autorizar o cultivo, caso contrário será condenada pela corte do bloco.
“A comissão Europeia vai decidir na próxima semana qual continuidade jurídica dar a decisão do tribunal”, declarou nesta quinta-feira, Frédéric Vincent, porta-voz de Tonio Borg, comissário europeu para a Saúde e responsável pelo caso.
Atualmente, apenas o milho OGM da Monsanto, MON810, é cultivado no continente. Em 2008, a França e outros países europeus como a Áustria, a Hungria, a Grécia, a Bulgária, a Romênia, e o Luxemburgo, proibiram o cultivo do dessa planta transgênica em seu território. Mas a decisão foi suspensa em 2011 e novamente em agosto desse ano.