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Brasil e EUA voltam a 'disputar' a ponta na oferta global de soja

USDA e Conab divergem sobre a liderança na produção.

Brasil e EUA voltam a 'disputar' a ponta na oferta global de soja

A “disputa” pela liderança global na produção e na exportação de soja em grão, que na temporada 2012/13 tanto mexeu com os brios das cadeias produtivas dos dois países, começou acirrada nesta safra 2013/14, que está em fase de colheita no Hemisfério Norte e de plantio no Hemisfério Sul.

Novas estimativas divulgadas na sexta-feira pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) “recolocaram” os americanos no topo da produção, mas mantiveram o Brasil como a principal locomotiva das exportações. Mas projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicadas no mesmo dia consideram que a colheita brasileira poderá ser maior.
 
Segundo o órgão americano, que tem status de ministério, a produção dos EUA alcançará 88,66 milhões de toneladas, 3,4% mais que o previsto em setembro (85,71 milhões) e volume 7,4% superior ao do ciclo passado (82,56 milhões). Já a projeção para a colheita brasileira foi mantida em 88 milhões de toneladas, 7,3% mais que em 2012/13. Se confirmadas, as produções nos dois país baterão recorde.

Em consequência do impasse em torno do orçamento americano, o USDA não divulgou seu tradicional relatório de oferta e demanda de grãos em outubro.

Conforme a Conab, contudo, a produção no Brasil ficará entre 87,9 e 90,2 milhões de toneladas em 2013/14, a depender das condições climáticas – que, até agora, têm sido favoráveis ao plantio. O crescimento em relação a 2012/13 será de até 10,7% e a soja puxará o novo recorde estimado para a colheita brasileira de grãos em geral – que será de até 196,7 milhões de toneladas, 5,3% superior ao volume de 2012/13.

Conforme os novos números do USDA, a produção mundial da oleaginosa tende a atingir 283,54 milhões de toneladas em 2013/14, 0,7% mais que o estimado em setembro e volume 5,8% maior que o apurado em 2012/13, quando uma severa estiagem prejudicou as lavouras dos EUA, reduzindo significativamente a oferta global.

Essa recomposição americana, aliada ao previsto aumento da produção na América do Sul, notadamente no Brasil e na Argentina, deverá levar os estoques finais globais do grão a 70,23 milhões de toneladas em 2013/14, 1,8% menos que o projetado em setembro, mas 16,8% acima de 2012/13. Esse incremento tem pressionado as cotações internacionais do produto, ainda que na sexta-feira tenha havido alta das cotações na bolsa de Chicago.

Para a Argentina, o USDA passou a prever colheita de 53,50 milhões de toneladas em 2013/14, mesmo patamar de setembro e volume 8,5% superior ao calculado para 2012/13. Os embarques do país, que só perdem para os de Brasil e EUA, foram reduzidos pelo USDA para 9,70 milhões de toneladas, 23,6% menos que o estimado em setembro, mas ainda 23,6% acima do ciclo 2012/13.

Se os embarques dos três maiores exportadores de soja em grão do mundo deverá aumentar, em conjunto, 7,5 milhões de toneladas, as compras no exterior do maior país importador, a China, tendem a crescer 9,13 milhões de toneladas, conforme o USDA. De acordo com o órgão, o país asiático vai importar 69 milhões de toneladas em 2013/14, ante 59,87 milhões em 2012/13.

Para o milho, onde a liderança mundial dos EUA segue inabalável na produção (355,3 milhões de toneladas), USDA e Conab têm divergências mais profundas em relação ao Brasil. O órgão americano estimou a colheita no país em 70 milhões de toneladas, ante 81 milhões em 2012/13, enquanto a Conab prevê 79,8 milhões de toneladas, ante 81 milhões no ciclo passado.

Para o USDA, o Brasil vai exportar 20 milhões de toneladas do cereal em 2013/14, enquanto a Conab acredita que o total chegará a 18 milhões. Mas os volumes do milho dependem da segunda safra, para a qual não há dados suficientes para projeções mais concretas e a saída dos pesquisadores foi repetir os resultados da temporada passada.