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Eletrosul amplia geração por PCHs

Parte dos recursos das três usinas foram financiados pelo banco de fomento KfW, com recursos do Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha.

A Eletrosul inaugura hoje (11) seu maior empreendimento de geração em Santa Catarina, em valor de investimento. A Pequena Central Hidrelétrica (PCH) João Borges, de 19 megawatts (MW) é a segunda a entrar em operação das três PCHs que estão previstas para serem erguidas no Estado, com investimentos totais de R$ 496 milhões.

Parte dos recursos das três usinas foram financiados pelo banco de fomento KfW, com recursos do Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha. A empresa tem contrato de financiamento com o banco de € 62,7 milhões, liberados entre 2009 e 2013, carência de 10 anos e prazo de 20 anos para pagamento, com encargo médio de 3% ano.

Ronaldo Custódio, diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul, afirmou que a empresa quer se tornar referência na geração de energias renováveis dentro do grupo Eletrobras. Desta forma, a subsidiária tem projetos eólicos cadastrados para o próximo leilão A-3 (de projetos para a entrega em três anos), marcado para próxima segunda-feira. Segundo Custódio, a decisão de participar vai depender de conversas com a controladora. Por questões estratégicas, a empresa não revela quantos projetos estão inscritos. Dependendo do resultado, ela avalia entrar no A-5 (de empreendimentos para entrega em cinco anos), em 13 de dezembro.

Para as PCHs previstas, Custódio destacou que o modelo de financiamento do KfW não exige como garantia contratos de venda de energia no longo prazo. Sendo assim, permite que as duas usinas já em operação vendam energia no “mercado livre”. Neste ambiente de negociação o preço pago pela energia, de curto prazo, é muito mais elevado que o praticado no mercado regulado, cujo valor é fixado no leilão da usina. “O financiamento do KfW nos dá essa solução. Estamos obtendo excelentes resultados.”

A PCH João Borges, em operação plena desde julho, teve investimentos de R$ 172 milhões. A usina aproveita o potencial hídrico do rio Caveiras, entre os municípios de São José do Cerrito, Campo Belo do Sul e Lages, na região serrana, e deve contar em sua inauguração com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff.

A primeira a entrar em operação das três PCHs foi a Barra do Rio Chapéu (15,15 MW), no início do ano, no rio Braço do Norte, entre as cidades de Santa Rosa de Lima e Rio Fortuna. Nessa usina foram aportados R$ 141 milhões. Agora, a Eletrosul se prepara construir a terceira PCH, a Santo Cristo, que somará outros 19,5 MW à matriz elétrica.

A PCH Santo Cristo começa a ser construída no próximo semestre, entre Capão Alto e Lages, no rio Pelotinhas. O investimento previsto é de R$ 183 milhões. O projeto foi leiloado no último A-5 realizado em agosto. Custódio explicou que a obra deve estar concluída dentro de 2,5 anos.

O executivo diz que Santa Catarina tem vocação para o aproveitamento hidrelétrico por PCHs, em razão das características hídricas e de relevo. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que 7% da matriz elétrica de Santa Catarina são fornecidos por pequenas hidrelétricas. O percentual é quase o dobro média nacional de potência instalada de PCHs, que é de 3,66%.

A capacidade de geração em Santa Catarina, em empreendimentos em operação atualmente, é de 7,3 gigawatts (GW). A maior parcela dessa energia (74,35%) é proveniente de usinas hidrelétricas. As PCHs, tem com pouco mais de 506 MW.

Para reforçar seu objetivo de destaque no segmento renovável, Custódio reiterou que está em curso o projeto de instalação de uma usina fotovoltaica de 1 megawatt-pico (MWp), instalada na cobertura do edifício-sede e estacionamentos da Eletrosul, em Florianópolis. O investimento é de R$ 9,5 milhões, parcialmente financiado pelo KfW.