O estado de Mato Grosso registrou entre janeiro e outubro deste ano os piores volumes de esmagamento de soja desde 2008. A informação é do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea). No período, o processamento chegou a 6,28 milhões de toneladas, quase 600 mil a menos que no mesmo período no ano passado.
“O fator que mais impactou foi a grande desvalorização do óleo no mercado internacional, gerando uma menor margem de lucro no esmagamento”, informou o Imea.
De acordo com o instituto, no mercado internacional, o óleo de soja teve baixa de 17,5%, pressionado pela elevação dos estoques globais do próprio produto e de outras variedades. A produção de óleo de palma, por exemplo, deve crescer 2,4% e as reservas do produto devem aumentar 18,3%.
Grão – O mercado do grão, o Imea avalia que a queda do preço do óleo causou impacto também na cotação da soja. Neste ano, segundo o instituto, a oleaginosa acumula uma desvalorização de 6,8% na bolsa de Chicago.
“(o preço) Só não foi menor devido à valorização do preço do farelo de soja, que teve alta em 2013 de 4,5%, sustentando o preço da soja em grão”, informa o boletim semanal do Imea.
No mercado interno, a semana passada foi de valorização da commodity, impulsionada pela bolsa de Chicago, que também teve semana de alta e pela valorização do dólar. Os preços em Mato Grosso para pagamento em março do ano que vem chegaram a R$ 49 por saca em Campo Verde, R$ 44,84 em Nova Mutum e R$ 47,50 em Sapezal.
Outro fato positivo tem sido o prêmio pago pela soja no Porto de Paranaguá. De acordo com o Imea, o diferencial para fevereiro de 2014 atingiu US$ 1,37 por saca de 60 quilos na semana passada.
Na avaliação os pesquisadores do instituto, a alta ocorre “devido à grande demanda para se exportar a oleaginosa nesse período, momento em que estados que iniciam a colheita mais cedo, como Mato Grosso, podem se beneficiar. Para os prêmios de março e abril, após a entrada de grande parte da safra brasileira, os prêmios estão baixos, chegando a prêmio negativo para abril”.