O banco de desenvolvimento dos Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – é só um projeto no momento, mas o seu controle já causa disputa entre a China e a Índia.
A Índia, que propôs a criação do banco, quer uma presidência rotativa para a instituição. Mas a China exige ter a presidência permanente, apontando para o tamanho de sua economia e provavelmente de sua contribuição para o banco.
Encontro dos ministros de relações exteriores indiano e chinês, na semana passada em Nova Déli, escancarou a divergência, conforme a imprensa indiana.
No dia 19, negociadores do grupo dos emergentes se reunirão na capital indiana, quando ficará mais claro se os lideres vão endossar a criação do banco durante a cúpula chefes de Estado dos dias 28 e 29.
A Índia circulou uma nota conceitual que retoma argumentos do Prêmio Nobel da Economia Joseph Stiglitz. O economista nota que o dinheiro está nos emergentes e, até para romper o circulo das desigualdades, é preciso pôr fim ao fluxo de capital dos pobres para os ricos.
Stiglitz observa que as economias dos Brics são maiores do que as dos paises industrializados que formaram o Banco Mundial em 1944. E insiste que o grupo deve se unir na formação de uma instituição financeira global, porque os mercados e a globalização não estão funcionando do jeito que os emergentes gostariam.
Sobre a escolha do novo presidente do Banco Mundial, os Brics vão elaborar uma plataforma de reivindicações sobre o que esperam do substituto de Robert Zoellick. Mas não decidiram ainda se vão apresentar candidato para confrontar e, ainda assim, perder para os EUA. Em todo caso, os emergentes vão querer arrancar compensações a partir da eleição do Banco Mundial. E isso pode ser, mais tarde, a direção da Organização Mundial do Comércio (OMC).