Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Economia

China vai oferecer empréstimos em yuans aos Brics

Medida, que deve ser assinada em março, é mais um passo rumo à internacionalização de moeda chinesa.

China vai oferecer empréstimos em yuans aos Brics

A China pretende oferecer empréstimos em yuans a outros importantes países do Brics, em mais um passo rumo à internacionalização de sua moeda.

O Banco de Desenvolvimento da China (BDC) vai assinar um memorando de entendimento em Nova Déli, numa reunião com suas contrapartes brasileira, russa, indiana e sul-africana, em 29 de março, segundo pessoas familiarizadas com as discussões.

Nos termos do acordo com o BDC, que concede empréstimos principalmente em dólares a outros países, os chineses colocaram à disposição empréstimos em yuans, ao passo que as agências de desenvolvimento de outros países dos Brics oferecerão empréstimos em suas respectivas moedas.

A iniciativa visa impulsionar o comércio entre os cinco países e, ao mesmo tempo, promover o uso do yuan, em vez do dólar americano, no comércio e em empréstimos internacionais.

Menos de 13% do comércio chinês na Ásia é feito em yuans, segundo Helen Qiao, economista-chefe do Morgan Stanley para Ásia. O HSBC estima que a participação da moeda no comércio regional pode chegar a 50% até 2015.

O BNDES – banco de desenvolvimento brasileiro, que tem uma carteira de crédito em torno de quatro vezes o tamanho da do Banco Mundial – e o Ministério das Finanças da África do Sul disseram esperar que um acordo básico seja assinado em Nova Déli incluindo a promessa de empréstimos, sendo os detalhes finalizados durante o encontro de cúpula.

“Vamos discutir a criação de estruturas e mecanismos para a concessão de empréstimos em moedas locais, para maximizar as transações econômicas e financeiras entre os países-membros do acordo”, disse o BNDES.

O BCD não quis comentar. Outros signatários incluem o Vnesheconombank, da Rússia, o Export-Import Bank of India e o Banco de Desenvolvimento da África do Sul.

Em comunicado divulgado após uma reunião na China em abril passado, os cinco países defenderam um sistema mais amplo de moedas internacionais. Embora o dólar tenha valorizado recentemente, muitos governos acreditam que a moeda americana sofrerá uma desvalorização no longo prazo e querem alternativas – excluído o problemático euro – para operar e investir.

O BDC, que empresta dezenas de bilhões de dólares a governos e empresas estrangeiras, está particularmente preocupado com a sua exposição a moedas estrangeiras.

Nenhum banco chinês concede mais empréstimos do que o BDC nem tem uma grande presença mundial por meio de seu financiamento a grandes projetos internacionais. O BDC concedeu um empréstimo de US$ 30 bilhões à Petróleos de Venezuela (PDVSA), do qual metade será paga em petróleo.