O dólar mais fraco, a alta dos mercados acionários e o aumento das preocupações com o clima nos Estados Unidos garantiram ontem ganhos generalizados para os grãos na bolsa de Chicago.
A soja liderou a disparada: os contratos para agosto (que ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a de maior liquidez) fecharam com uma expressiva alta de 51 centavos, cotados a US$ 14,2125 por bushel.
Para Stefan Tomkiw, analista do Jefferies Bache, em Nova York, três fatores influenciaram: a seca persistente nos EUA, a possibilidade de que o Fed (Federal Reserve) anuncie hoje um afrouxamento monetário – com nova injeção de dólar – e a demanda firme pelos grãos da safra 2011/12. “Houve hoje [ontem] uma venda de 140 mil toneladas do grão americano com destino desconhecido, mas provavelmente é a China”, afirmou.
Previsões indicam reduzidas chances de chuvas e temperaturas elevadas nos próximos 10 dias no Meio-Oeste. Se o clima seguir adverso, Tomkiw acredita que a soja voltará em breve ao nível recorde de US$ 15 por bushel.
A caminho da polinização, fase decisiva para a produtividade, o milho também teve avanço expressivo devido ao clima seco nos EUA. Os papéis para setembro encerraram a US$ 5,6750 por bushel, alta de 30,50 centavos. De acordo com a Dow Jones Newswires, o Morgan Stanley declarou que, a persistir a estiagem, os contratos para dezembro podem novamente testar os US$ 7 por libra-peso.
Incertezas climáticas turbinaram também o trigo. Setembro subiu 20,50 cents, a US$ 6,69 por bushel. A consultoria SovEcon reduziu em 6% a previsão para a safra na Rússia em 2012/13 (para 50 milhões de toneladas), enquanto a Austrália anunciou que sua produção deve cair 18%, a 24,1 milhões de toneladas – nos dois casos, em função da seca.