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Por economia e sustentabilidade, Volks aposta em fontes renováveis

Empresa investe na instalação de PCHs, que gerarão a energia necessária para a montagem de automóveis no País.

A Volkswagen do Brasil tem apostado em renováveis como forma de tornar seus processos de produção mais sustentáveis e, de quebra, ainda reduzir seus custos na montagem de veículos automotivos. O mais novo projeto é da companhia é a implantação da pequena central hidrelétrica Monjolinho, de 25,5MW de potência, prevista para começar a operar em 2014. A usina, no rio Sapucaí, entre as cidades de Ipuã e Ituverava, em São Paulo, tem investimento estimado em R$160 milhões. A Volks terá participação de 51% na usina, tendo como sócia, com 49%, a Pleuston.

Essa já é a segunda parceria entre as empresas na área de geração de energia renovável. Desde março de 2010, a Volks utiliza em sua produção de carros a eletricidade proveniente da PCH Anhanguera, localizada entre os municípios de São João da Barra e Guará – a 25 quilômetros de onde será levantada a nova planta. A montadora detém 40% desse empreendimento, que conta com a parceria da Seband (33%) e da Pleuston (27%). As empresas investiram R$300 milhões na unidade, de 22,6MW potência.

Michael Lehmann, gerente executivo de contabilidade da Volks do Brasil – responsável pelo projeto da PCH – explica o interesse da montadora por renováveis. “Em 2008, uma empresa do grupo Autovisão, que é uma espécie de coletora de novas ideias em áreas que estão fora do mercado da Volks, apresentou um business plan muito interessante sobre a possibilidade de a companhia gerar sua própria eletricidade”, diz Lehmann. Segundo ele, a proposta de entrar na PCH Anhanguera se mostrou interessante por três aspectos: fazer um “hedge” financeiro em cima dos custos de energia; a própria atratividade econômica, uma vez que reduziria custos de produção; e a possibilidade de tornar os processos mais sustentáveis.

Atualmente, 18% (8,5 mil MW) da energia consumida pela Volkswagen no Brasil vem da PCH Anhanguera. Mensalmente, a demanda de energia elétrica da montadora é de 43 mil MW. De acordo com Lehmann, gerar a própria eletricidade representa uma economia de 7% por MWh consumido.

Questionado sobre as dificuldades socioambientais desse tipo de empreendimento, o executivo da Volks revela que ações tiveram que ser feitas para minimizar os impactos da construção da PCH Anhaguera. No entanto, ele conta que isso não impediu que a empresa deixasse de acreditar no projeto. “Vale a pena comentar que utilizamos técnicas de plantio que possibilitaram o crescimento de árvores 70% mais rápido que o normal – e vamos repetir isso na Monjolinho”, destaca Lehmann.

Quinhentas mil árvores foram plantas para proteger e sombrear o lago. Ao longo do reservatório, foram reflorestados mais de 120 hectares de mata ciliar. Na área social, os canteiros de obras da PCH foram transformados em salas de aula. Também foi criado um Centro de Triagem de Animais Silvestres para realização de exames laboratoriais, entre outras ações.

O gerente executivo da Volks do Brasil também não descartou a possibilidade de investir em outras fontes, como solar, eólica e biomassa. Entretanto, tudo ainda está “em estudo” pela empresa, sem maiores definições ou prazos.

Mercado de Carbono – A Volkswagen do Brasil também está comemorando o título de primeira montadora no País a receber o aval da Organizações das Nações Unidas (ONU) para emitir certificados de carbono. Durante dez anos, a empresa poderá comercializar no mercado papéis correspondentes à redução de 17 mil toneladas em emissões de CO2 por ano referentes à energia gerada pela PCH Anhanguera. A Volks disse ainda não tem os cálculos de quanto será gerado de receita com a emissão dos créditos.