Atenta ao potencial brasileiro no setor de energia renovável, a indústria taiwanesa planeja intensificar as relações comerciais entre os dois países. Além de reforçar a entrada de seus produtos, algumas empresas já pensam em estabelecer plantas fabris por aqui, como é o caso Foxconn, que ficou conhecida no Brasil por produzir tablets em Jundiaí, no interior de São Paulo.
Segundo executivos taiwaneses que conversaram com o Jornal da Energia, a entrada da empresa no país está em fase avançada de negociações. Recentemente, o empresário Eike Batista admitiu à imprensa conversações para a instalação de uma fabrica de painéis solares em parceria com a empresa oriental.
“Temos grande interesse em desenvolver parcerias com o Brasil, nos setores de energia solar e eólica”, comenta Eva Chuang, gerente do departamento de feiras da Taitra, entidade criada para o fomento às relações comerciais de Taiwan e outros países. A executiva explica que, na atual fase, o trabalho está mais concentrado na compra e venda de produtos, com a perspectiva de evoluir para a instalação de fábricas no Brasil em um segundo momento.
Já o vice-diretor do departamento de exposições do Taitra, Brian Lee, afirma que Taiwan é o segundo maior produtor de placas fotovoltaicas, com cerca de 17% de market share mundial. O país teria instalado grandes projetos na China, Coreia, Inglaterra e Espanha. “Estamos concentrados no desenvolvimento da indústria de renováveis e otimistas para intensificar negócios com o Brasil”, diz Lee.
Feira de negócios – No segmento de energia eólica, Taiwan contabiliza 60 fabricantes de equipamentos tem entre os principais compradores externos países como Japão, China, Alemanha e Estados Unidos. De acordo com o vice-diretor do Taitra, a indústria eólica taiwanesa exporta para mais de 30 países. “Nosso próximo desafio é o setor de offshore”, comenta Lee. O executivo participou, na última quinta-feira (12/7), de evento em São Paulo para conquistar visitas de empresas brasileiras às feiras de negócios do país asiático.
Para o presidente da Unitron Engenharia, Ricardo Diez, negociar com Taiwan é um bom negócio. “Eles me oferecem tecnologia com boa qualidade a um preço competitivo”, pontoa, ao acrescentar que a aprovação da lei que autoriza a microgeração de energia deve trazer boas oportunidades de negócios para o setor solar, onde o país asiático tem know how.