A zona do euro parece fadada à segunda recessão em três anos, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compra (PMI), que mostrou que os problemas econômicos estão se espalhando pela Alemanha, maior economia da região.
A economia do bloco formado por 17 países vai se contrair de 0,5% a 0,6% neste trimestre, uma vez que as encomendas para novos negócios recuaram de novo, sugeriu o índice PMI do instituto Markit –pior que a estimativa em pesquisa da agência de notícias Reuters.
A crise de dívida que começou nas economias menores da zona do euro está agora afetando a confiança das empresas e do consumidor em todo o bloco, pressionando autoridades a adotarem medidas radicais para ajudar países vulneráveis como Espanha e Itália.
O índice PMI composto, que mede os setores industriais e de serviços juntos, avançou para 46,6, superando por pouco a estimativa de que se mantivesse no nível de 46,5 visto em julho. Mas isso marcou o sétimo mês de leitura abaixo de 50, que divide crescimento de contração.
Os problemas em economias menores da zona do euro estão afetando as principais, com o PMI composto preliminar da Alemanha caindo para uma mínima de três anos e registrando o quarto mês seguido de contração.
“Esperanças de que a força da economia alemã ajudará a recuperação na união monetária minguaram devido à maior contração da taxa de crescimento e aos sinais de que o motor da exportação deu marcha à ré”, disse o economista sênior do Markit, Rob Donson.
A entrada de encomendas para empresas da zona do euro atingiu um ano de queda, com o subíndice composto em 45,0, acima da mínima de três anos de julho de 44,5.
RETRAÇÃO
A economia da zona do euro encolheu 0,2% nos três meses até junho, de acordo com dados oficiais. Economistas consultados pela agência de notícias Reuters na semana passada previam um resultado similar para o trimestre atual, sem crescimento até o início do próximo ano.
O PMI para o dominante setor de serviços caiu para 47,5, ante expectativa de queda para 47,6 após 47,9 em julho. Isso se deveu à redução de preços por empresas de serviços pelo nono mês seguido.
Já o PMI de manufatura atingiu o 13º mês abaixo da marca de 50, mas subiu muito mais do que o esperado para 45,3, ante 44,0 em julho. A expectativa em pesquisa da Reuters era de uma alta modesta para 44,1.