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Mercado Interno

Alta da carne chegou ao consumidor antes do esperado, diz Votorantim

Para Bruno Sorano, avanço do preço da carne bovina pode ser explicado pelo aumento na demanda, devido ao encarecimento das aves e do porco.

Alta da carne chegou ao consumidor antes do esperado, diz Votorantim

O aumento do preço das carne bovinas chegou ao consumidor mais rápido que o esperado pela Votorantim Corretora.

O grupo, que em julho apresentava queda de 1,13%, subiu 0,69% no mês passado, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Eu esperava uma variação próxima a zero. Havia a expectativa de que a carne de porco fosse pressionar um pouco mais o grupo, mas o que se verificou foi uma alta já forte em alguns cortes de carne bovina, o que não estava no radar”, diz Bruno Surano, analista da Votorantim Corretora.

Para ele, o avanço do preço da carne bovina pode ser explicado pelo aumento na demanda, devido ao encarecimento das aves e da carne de porco. A disparada no preço dos grãos, em decorrência da quebra de safra no Estados Unidos por causa da seca que atingiu o país, elevou o custo das rações, que respondem pela maior parte do custo da criação desses animais.

Com isso, o frango já se destaca entre as maiores contribuições para a alta de 0,41% no IPCA em agosto, ao subir 1,35% no período. A carne de porco, por sua vez, ficou 2,92% mais cara.

Entre as carnes bovinas, já foi possível registrar aumento de 1,62% no contrafilé e de 0,95% no acém. “Além do aumento de demanda, as carnes bovinas também estão sendo pressionadas pela sazonalidade. Nesta época do ano começa o abate de matrizes e o confinamento do gado, que passa a ser alimentado por ração. Por isso, o aumento dos grãos deverá se refletir também no preço da carne bovina nos próximos meses”, comenta Surano.

Segundo ele, o pico da sazonalidade acontece em novembro. Até o fim do ano, pelas suas contas, as carnes bovinas têm espaço para subir cerca de 10%.

Com isso, o analista da Votorantim Corretora calcula um avanço mensal médio de 0,73% nos preços dos alimentos até dezembro.